Especial do D.O.: Gerador eólico pode ser solução para produção de energia em áreas isoladas

Aerogerador desenvolvido no centro tecnológico da Unicamp é alternativa para evitar despesas com fios e postes

ter, 20/01/2004 - 16h18 | Do Portal do Governo

A Eletrovento, residente da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), desenvolveu um aerogerador de 5 kw, semelhante a um catavento, capaz de gerar energia elétrica com muita economia. O gerador eólico é indicado para locais onde não exista energia elétrica. No mercado nacional, só havia o gerador de 1 kw.

Um gerador com essa capacidade pode abastecer uma pequena residência com 4 ou 5 lâmpadas, um rádio, uma televisão e uma geladeira. Em locais com ventos mais constantes, como no litoral, a produção de energia pode ser bem maior.

Cassiano Nucci Paes Cruz, diretor da Eletrovento, explica que o equipamento de 5 kw pode abastecer uma casa maior ou até uma pequena escola. “A instalação do gerador eólico fica mais barata que estender toda rede elétrica, com fios e postes, até algumas regiões mais afastadas. Além disso, diminui o impacto ambiental”, diz.

O gerador eólico precisa ser instalado em um local alto para captar mais vento. A energia produzida pelo movimento das hélices é armazenada em baterias que evitam a oscilação da corrente elétrica.

O projeto do aerogerador, coordenado pelo professor Luís Felipe Mendes de Moura (da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp) e por Cassiano Nucci (da Eletrovento), foi um dos selecionados, em dezembro, para receber recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Empresas de petróleo, gás natural, setor elétrico e energia renováveis receberão cerca de R$ 6 milhões dos Fundos Setoriais do Petróleo e de Energia. Para a Eletrovento, será R$ 292 mil ao longo de dois anos. O investimento necessário para execução total do projeto é R$ 740 mil. A diferença será arcada por empresas parceiras. Estima-se que 10 milhões de pessoas não tenham acesso à energia elétrica no Brasil.

Incubadora de tecnologia

Criada em 2001, a Incamp pretende oferecer estrutura propícia ao surgimento de novas empresas que produzam resultados benéficos em desenvolvimento de tecnologias adequadas ao País, fluxo contínuo de inovações, geração de riqueza e novos empregos, diversificação/desconcentração industrial e valorização da cultura empreendedora.

O esforço conjunto da Unicamp, do Sebrae-SP, da comunidade e dos governos municipal, estadual e federal permite que a Incamp possa capacitar gerencial e tecnologicamente as micro e pequenas empresas estimulando a interação da universidade com a empresa.
O engenheiro Davi Sales, gerente da Incamp, explica que depois do 25º mês de incubação, a empresa passa a pagar 2% de seu faturamento líquido para a Incamp, por período similar ao tempo de incubação.

Além da Eletrovento, estão incubadas a Bioware (indústria química de transformação de resíduos agrícolas, como bagaço de cana em bioóleo combustível), Green Technologies (tecnologia para a produção de alimentos de conveniência), Griaule (aparelhos digitais de identificação através de impressões digitais e dados biométricos), IgnisCom (produtos, serviços e soluções em telecomunicações, educação, tecnologia da informação e web design), Sun Quartz (desenvolvimento, consultoria e treinamento na área de fibras ópticas), Tech Chrom (industrialização de instrumentação analítica), TCP Telecom (mercado de treinamento, consultoria e projetos em telecomunicações) e Vacuo Flex (produção de materiais isolantes térmicos baseados em suas qualidades refletivas).

SERVIÇO
Incamp – Rua Bernardo Sayão, 100 – Campinas – Fone: (19) 3788-5201 – E-mail: incamp@unicamp.br. Outras informações no site http://www.ct.unicamp.br/incamp.
Eletrovento – Fone: (19) 3788-4991. Site: www.eletrovento.com.br.

Regina Amábile
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)