Uma varredura para localizar focos de morte súbita, doença que atinge laranjais em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, terá início em março, após o período das chuvas. A decisão foi tomada nesta quinta, dia 13, em reunião da força-tarefa formada para combater a praga, realizada na sede da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Compareceram o secretário da Pasta, Duarte Nogueira, autoridades mineiras e paranaenses, prefeitos, técnicos, pesquisadores e empresários do setor.
O comitê definiu a formação de três grupos de trabalho: as equipes de pesquisa e desenvolvimento, de varredura e de comunicação. A primeira vai agir nos pomares para localizar focos, direção para onde a doença se propaga e velocidade de transmissão. ‘Vamos inspecionar 190 milhões de plantas em São Paulo, 10 milhões em Minas e, no Paraná, 5 milhões’ informa Nogueira.
Até abril, prevêem técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (Adaesp), uma das responsáveis pelas ações no campo, a equipe de varredura estará treinada e contratada para o trabalho. Estima-se que 4 mil pessoas sejam envolvidas na operação, com aproveitamento da mão-de-obra dos apanhadores de laranja. A empreitada irá até setembro, com duração de seis meses.
Priorizar informações
O grupo de comunicação levará, o mais rápido possível, as informações a respeito da doença para os produtores. Haverá divulgação de material escrito sobre a praga, em forma de folders, cartazes, apostilas. Já a equipe de pesquisa intensificará estudos sobre a forma de detecção da morte súbita, identificação do agente causador e formas de controle da doença e também de diagnóstico precoce.
Duarte Nogueira adianta que, além dos técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, poderão ser utilizados também estudantes das escolas técnicas de Agronomia. São 34 escolas e 5 mil alunos. ‘Conversei com o superintendente do Centro Estadual de Educação Tecnológica sobre essa possibilidade.’
A próxima reunião da força-tarefa será no dia 20, também na secretaria. No encontro, os grupos deverão detalhar ações, orçamento necessário e de onde virão os recursos para financiamento. O objetivo do comitê é buscar, na União, parte do montante. O prazo para conclusão dos trabalhos é de seis meses.
Outra linha de ação foi deflagrada para criação de barreiras sanitárias. Na terça-feira, dia 11, por meio da Adaesp, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento publicou portarias sobre o assunto. Uma regulamenta produção de mudas certificadas, sendo certificadora a própria secretaria. Outra regulamenta a produção de mudas fiscalizadas, que devem ser produzidas sob orientação do técnica da secretaria.
Vírus da tristeza
Levantamento realizado no final do ano passado mostrou que a maior incidência da morte súbita está na região sul de Minas Gerais, no Triângulo Mineiro. Na região, 93% das plantas inspecionadas apresentavam a doença.
Em São Paulo, de acordo com a Fundecitrus, há 1 milhão de plantas contaminadas, concentradas na região norte do Estado.
As pesquisas ainda não detectaram o agente causador da doença e se o microorganismo é mutação do vírus da tristeza, praga que dizimou 9 milhões dos 11 milhões de pés da laranja em São Paulo na década de 40.
O vírus atual ataca árvores com combinação de copa e porta-enxerto de limão cravo (80% dos pomares), destrói o sistema radicular e, em alguns casos, acaba com a planta em poucos dias. O sintoma é perda de brilho nas folhas. São Paulo possui o maior laranjal do mundo, com 200 milhões de pés.
Da Agência Imprensa Oficial e
Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento
