Uma pequena empresa, instalada na Incubadora Tecnológica da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), fatura R$ 1 milhão por ano. A Quimlab fornece produtos químicos para a Rhodia, Petrobras, Kodak, Mercedes-Benz, General Motors e Votorantim, além da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Com 17 funcionários, a Quimlab ganhou o prêmio de Empresa Incubadora do Ano de 2003. A eleição foi promovida pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (Anprotec), entidade que reúne incubadoras e parques tecnológicos no País.
Por trás desse sucesso está o reconhecimento à inovação de uma empresa que desenvolveu e produz, de forma inédita no Brasil, substâncias de uso industrial. Tais produtos químicos são elaborados de acordo com critérios metrológicos e utilizados na calibração de instrumentos que medem parâmetros como pH, condutividade iônica ou concentração de metais, por exemplo, em análises nas quais se verifica a presença de chumbo ou ferro num alimento.
Preocupação com a qualidade
A Sabesp utiliza produto da Quimlab para verificar a acidez da água. A Petrobras investiga a presença de chumbo e enxofre na gasolina. Montadoras de veículos fazem o controle de qualidade do aço utilizado por elas, verificando a presença de cobre, zinco ou ferro nas chapas que compram das siderúrgicas. A Kodak analisa a qualidade das matérias-primas que usa para fabricar filmes de raios X e papel fotográfico.
“Essa preocupação com a qualidade está presente nas empresas certificadas pela norma ISO 9000, que contemplam a necessidade de as medições realizadas no processo produtivo estarem rastreadas a padrões reconhecidos internacionalmente”, afirma o químico Nilton Pereira Alves, diretor da Quimlab.
A montagem da empresa exigiu a importação de grande quantidade de padrões químicos do National Institute of Standards and Technology (Nist), órgão de referência mundial nessa área e que atua de forma semelhante ao Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro). “Trouxemos os protótipos que serviram para desenvolver e avaliar a nossa produção de acordo com as necessidades da indústria brasileira”, informa.
A empresa obteve recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para iniciar suas atividades em 1997. “Se não fosse o investimento da fundação, não teríamos conseguido montar a empresa e nem ganhar o prêmio”, afirma o diretor. A Quimlab deve mudar para sede definitiva, numa fase pós-incubação, quando estiverem terminadas, no final deste ano, as instalações do Parque Tecnológico Univap.
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)