“Uma seguradora controlada pelo Governo só tem razão de existir se for voltada para o interesse público.” Quem faz a afirmação é o presidente da Cosesp, Edson Tomaz de Lima Filho, ao falar sobre a empresa e a linha gerencial adotada nos últimos quatro anos, que resultou num salto qualitativo na prestação de serviços.
Empossada em 1999, a atual diretoria estabeleceu como meta a conciliação de duas grandes preocupações: a social, por meio do aperfeiçoamento dos seguros oferecidos, principalmente de vida, rural e habitacional; e a eficiência e lucratividade. “O negócio de uma seguradora é administrar riscos. E para fazer isso de forma competente é necessário ser eficiente, ágil, dispor de moderna tecnologia da informação e ter critérios bem definidos para selecionar e gerenciar esses riscos”, explica o presidente.
Essas diretrizes levaram a empresa a passar da 15ª colocação no ranking das seguradoras brasileiras para a 12ª posição na classificação de seguros vendidos, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão regulador do mercado. “O grande desafio era fechar todos os ralos das carteiras de seguros deficitárias, reduzir as despesas administrativas e buscar resultados. Foi o que fizemos.”
Política agrária
Os principais produtos da Cosesp – que atua em todo o Estado de São Paulo, em Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás – são os seguros rurais, habitacionais e de pessoas (previdência privada e vida). Para o presidente da empresa, é importante manter a visão de que o seguro rural é imprescindível instrumento de política agrária.
A empresa assegura culturas tecnicamente analisadas, instaladas em regiões apropriadas quanto às condições de clima e solo, minimizando a incidência de riscos elevados. Em 2002 foram adquiridos equipamentos GPS (Global Positioning System) destinados à medição das áreas de plantio seguradas e seu posicionamento para monitoração do desenvolvimento das lavouras por imagens de satélites.
Além disso, foram remodeladas as carteiras de seguros para animais e porteira fechada, e criadas novas modalidades de seguros para tratores e implementos agrícolas. Fundada há 36 anos, a Cosesp tem hoje cerca de 28,6 mil contratos de riscos rurais na carteira. É a empresa desse setor que mais opera com riscos agrícolas em todo o Brasil.
Resultados positivos
Graças a um processo de remodelação, as contas foram saneadas e a Cosesp está gerando lucros, podendo investir em informatização operacional e no aperfeiçoamento de recursos humanos. Nesse sentido, tem desenvolvido programas de treinamento e capacitação para novas tecnologias e feito investimentos nos sistemas de informatização. Um dos resultados desse processo de modernização é ter atingido a meta de um microcomputador por funcionário.
A empresa vem desenvolvendo, também, projeto de marketing de precisão, para gerar novas oportunidades de negócios, assegurando o padrão de qualidade dos dados utilizados nas análises de clientes, atuais e potenciais – e na alimentação de um banco de dados que representa instrumento gerencial dos mais avançados e eficazes para a empresa.
Projetos sociais
Os resultados alcançados pela Cosesp ganham força quando comparados com os do mercado de seguros. As despesas administrativas representam 7,2 % do prêmio ganho, enquanto a média do mercado é de 19,7%. E o seu índice combinado, na relação receita/despesa, também é dos melhores entre as seguradoras brasileiras: para cada real faturado, ela empregou R$ 0,84 em despesas, contra a média do mercado, que é de R$ 1,04.
A partir dos saldos positivos resultantes de sua reformulação administrativa, a empresa ampliou também as ações de caráter social que vinha realizando. No “Guia de Boa Cidadania Corporativa 2002”, editado pela revista Exame, figura como uma das que mais investiram em projetos de apoio à criança e ao adolescente. Atua, ainda, em diversos projetos sociais, entre os quais um programa de capacitação profissional do adolescente na Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor – Febem, que tem por finalidade estimular atividades pedagógicas de aprendizado e de profissionalização para jovens em situação de liberdade assistida.
Outra dessas iniciativas é a participação no Projeto Guri, criado em 1995 pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, que tem a proposta de desenvolver, por meio de atividades musicais, as habilidades e potencialidades de crianças e adolescentes de áreas culturalmente carentes.
Os números deste ano
Em relação ao primeiro semestre de 2002, a seguradora estatal paulista registrou no primeiro semestre deste ano um crescimento de 16,7% no seu lucro líquido; o lucro obtido aumentou de R$ 15,09 milhões para R$ 17,6 milhões; os gastos com sinistros retidos caíram de R$ 106,6 milhões para R$ 105,2 milhões; as despesas de comercialização foram reduzidas de R$ 57,07 milhões para R$ 30,79 milhões; o resultado financeiro cresceu de R$ 10,8 milhões para R$ 24,2 milhões; e os prêmios ganhos somaram R$ 197,11 milhões. A Cosesp encerrou o semestre com R$ 440,06 milhões em ativos e um patrimônio líquido de R$ 149,9 milhões.
Joice Henrique
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
