Especial do D.O.: Cecae da USP promove integração do meio acadêmico com comunidade

Conhecimento gerado na universidade está sendo compartilhado com a sociedade

sex, 06/02/2004 - 9h40 | Do Portal do Governo

O conhecimento gerado numa universidade não deve ficar restrito ao ambiente acadêmico. Tem de ser compartilhado com a sociedade. Esta é a proposta da Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais (Cecae), da USP, criada há 15 anos. O departamento mantém atividades sociais e científicas com intuito de aproximar a comunidade externa do que é produzido nas dezenas de faculdades da USP nos campi de São Paulo, Pirassununga, Piracicaba, Bauru, Ribeirão Preto e São Carlos. Também promove a integração com o público interno da universidade (docentes, alunos e funcionários).

“Nós fazemos a articulação entre a sociedade e o meio acadêmico”, diz o professor Sergio Muniz Oliva Filho, coordenador da Cecae. Informa que para levar adiante o trabalho conta com o apoio de alunos, professores e pesquisadores da USP.

Externamente, a Cecae recebe auxílio de parceiros da iniciativa privada para execução de projetos sociais e técnicos. A verba de custeio que a coordenadoria recebe anualmente – cerca de R$ 300 mil – não é suficiente para todas as suas atividades: USP Recicla, Disque-Tecnologia, USP Legal, Rede Saci, Avizinhar, Atualtec e Grupo de Assessoramento ao Desenvolvimento de Inventos (Gadi).

Ecologia e deficientes

O USP Recicla surgiu dentro do câmpus de São Paulo e hoje é oferecido a empresas e prefeituras. O objetivo é apoiar práticas de desenvolvimento sustentável e tratamento de resíduos. O projeto é baseado nos três erres: reduzir, reutilizar e reciclar. A Cecae oferece cursos para alunos e professores conhecerem as técnicas usadas dentro da filosofia dos erres. Atualmente, a prefeitura de Ribeirão Preto adota a coleta seletiva de lixo, com auxílio da USP da cidade, dentro do projeto Reciclar.

O USP Legal se destina a deficientes físicos, sejam alunos, docentes, funcionários ou pessoas que visitam os campi da universidade. O professor Sérgio informa que o programa visa a derrubar três barreiras em relação a essas pessoas: atitude, pedagogia e arquitetura. Na primeira, a Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP) elaborou folhetos sobre o tema deficiência. Outra ação é a campanha conscientizando os motoristas a não utilizarem as vagas destinadas a deficientes no câmpus. Há também informações técnicas no site www.cecae.usp.br/usplegal.

Apoio psicopedagógico

Na área pedagógica, foram pesquisadas formas de ajudar o deficiente no vestibular, em posturas de ensino, adaptação de material didático e audiovisual. Há, também, programas de apoio psicopedagógico ao aluno portador de deficiência.

No que se refere à arquitetura, o USP Legal procura adaptar o espaço físico para o deficiente se locomover. Em 2002, foram selecionados bolsistas (alunos da USP) para o levantamento das barreiras, aos deficientes, que existem nos campi e criação de rampas e outras edificações adequadas. Oliva informa que até uma arquiteta da prefeitura da capital participa do programa, para obter informações que possam ser também utilizadas na administração da cidade.

Rede solidária

A Rede Saci (solidariedade, apoio, comunicação e informação) também tem o deficiente como foco principal. Por intermédio do site www.saci.org.br, é possível encontrar serviços destinados ao portador de necessidades especiais, como download de softwares adaptados para deficientes visuais, banco de talentos e oportunidades, cursos para utilizar os programas, bate-papo, depoimentos, reportagens sobre diversas deficiências físicas e agendas de eventos.

O serviço é um canal de informações aos deficientes, familiares, profissionais e órgãos públicos, “tendo em vista a inclusão digital dessas pessoas”, assegura Oliva. A Rede Saci conta com vários parceiros, como Telefônica, Escola Takano, Agência Estado, IBM, entre outras.

Invento e patente

O Gadi cuida da transferência do conhecimento do que é produzido na USP, por pesquisadores, professores ou alunos. Trata dos procedimentos necessários para proteger a propriedade industrial de patentes, desenhos industriais ou marcas, orientando a comunidade acadêmica para a importância do trabalho intelectual, principalmente software, produto bastante desenvolvido atualmente, em razão do avanço da informática.

O grupo promove seminários, workshops, palestras e material informativo sobre o tema. Orienta a comunidade universitária na negociação de convênios de pesquisa ou contratos de licenciamento, propiciando a transferência de tecnologia e conhecimento à sociedade e novos recursos à universidade.

Oliva cita dois exemplos recentes: o primeiro foi a formulação de um anestésico, pesquisada por uma professora de bioquímica. O produto está sendo fabricado por um laboratório farmacêutico da iniciativa privada. O outro foi um kit educacional, composto por softwares, desenvolvido na USP de São Carlos, e hoje produzido e comercializado por empresa do segmento.

Bom vizinho

A Cidade Universitária, no Butantã, em São Paulo, costuma receber pessoas que moram no entorno. São geralmente crianças de famílias pobres, moradoras de favelas, como a de San Remo, que procuram vender doces, salgados e outros produtos ao público da universidade. Para ajudar esses adolescentes, a coordenadoria criou o projeto Avizinhar, em 1998.

Estagiários da Cecae procuram apoiar os jovens, oferecendo as dependências da USP e alguns cursos. O programa pretende despertar nas crianças o desejo de participar de atividades culturais, esportivas (futebol, vôlei e basquete), de lazer, oficinas de música, ensino de idiomas e complementação de aprendizagem escolar.

O Avizinhar forma jovens multiplicadores por meio dos Jogos Cooperativos. Esses adolescentes vão ministrar cursos de capacitação profissional nas áreas de jornalismo comunitário e informática. Também fomentam projetos de geração de renda aos moradores.

Atendendo empreendedores

O Disque-Tecnologia foi criado em 1991 para atender às micro e pequenas empresas, que geralmente não têm condições próprias de pesquisa e desenvolvimento. Trata-se de uma parceria da USP com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). Inicialmente, o serviço contou com o apoio do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias de São Paulo (Simpi).

A proposta é oferecer às empresas e empreendedores a competência da universidade na solução de problemas específicos de natureza tecnológica, produtiva ou de gestão.
o Disque-Tecnologia indica especialistas, normas e condutas.

SERVIÇO
Solicitações ao Disque-Tecnologia podem ser feitas pelo telefone (11) 3031-0801, ou pelo fax (11) 3031-0922. Se preferir o correio eletrônico, o e-mail é disqtec@edu.usp.br. Ou, ainda, por carta (ou pessoalmente): Avenida Professor Luciano Gualberto, Travessa J, 7º andar, Cidade Universitária – São Paulo – SP – CEP 01065-970

Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)