Especial do D.O.: Bombeiros têm base móvel para comandar operações de emergência

Idéia surgiu a partir de tragédias como a queda do avião da TAM e a explosão no Osasco Plaza Shopping

qua, 05/05/2004 - 10h24 | Do Portal do Governo

Uma espécie de base móvel, dotada de instalações e equipamentos, a partir da qual oficiais bombeiros gerenciam operações durante ocorrências de grande porte, como incêndios, enchentes ou situações similares. Essa é, em síntese, a função do Sistema de Comando de Operações em Emergência, o mais novo carro do Corpo de Bombeiros do Estado. Também conhecido por CO-03, foi lançado oficialmente em março, durante o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Preparadas para atuar no moderno veículo, a corporação tem três equipes de prontidão, cada uma formada por seis bombeiros, entre eles algumas mulheres.

A idéia de se criar o CO-03 surgiu a partir de tragédias como a queda do avião da TAM e a explosão no Osasco Plaza Shopping (ambas em 1996) e outras ocorrências de grande repercussão. “Precisávamos de um local mais tranqüilo para conversar e organizar as operações, já que o público nessas ocasiões cobra providências e busca informações rápidas”, justifica o capitão PM Omar Lima Leal, do Corpo de Bombeiros Metropolitano (CBM).

O CO-03, de fabricação nacional e projetado em 2002, foi concebido a partir de orientações de bombeiros que participaram de grandes ocorrências. A empresa, segundo o capitão Leal, apenas acomodou no veículo aquilo que os bombeiros usam nessas ocasiões.

Três versões diferentes

“Onde vamos nos reunir foi sempre a grande pergunta”, revela o capitão Leal. “Vamos ficar debaixo de uma ponte, de uma árvore…? Não! Então, vamos construir um carro, que será uma verdadeira sala de reuniões ambulante, com algumas coisas que entendemos serem imprescindíveis”, recorda o capitão. Por isso, o carro foi equipado com salas de reuniões (com televisão, vídeo, para conferir os noticiários), de controle – com 20 rádios, lap-top impressora – e alojamento com um beliche, banheiro e chuveiro, forno microondas e geladeira, em razão de algumas ocorrências serem de longa duração. Também dispõe de sistema para telefone (basta puxar a linha), presente na parte de fora do veículo.

O CO-03 fica estacionado no local de ocorrência, e todo o comando de operação – solicitação de policiamento, médicos, defesa civil, helicóptero – é feito por meio do carro com a nossa central”, explica o 2º sargento PM Luiz Carlos de Souza. O Corpo de Bombeiros teve outras versões de CO. A primeira foi uma van (CO-01) e a outra, uma espécie de microônibus (CO-02). Em ambos, porém, o espaço comporta poucas pessoas. Numa emergência como a do avião da TAM, o grupo de coordenação e gerenciamento soma mais de 20 pessoas, dentre as quais autoridades como prefeito da cidade envolvida, governador, impossibilitando reuniões para tomada de decisões nessas versões.

Simulados

“Felizmente, por enquanto tivemos apenas situações de simulados”, comenta o também capitão PM Luiz Cezar Freire, referindo-se à utilização do CO-03. O último ocorreu no final do ano passado, no Rodoanel Mario Covas, no município de Caieiras. O simulado envolveu uma carreta contendo produtos perigosos e um ônibus de transporte coletivo. Outro foi uma bomba no prédio da prefeitura, em Santo André. Ainda não utilizamos o carro em situações reais porque não foi necessário. Esperamos nunca ser, mas temos de estar preparados e com o pessoal treinado”, analisa o capitão Freire.

O CO-03 também foi empregado no trabalho de prevenção da Operação Enchente, iniciada entre janeiro e fevereiro. Uma das versões do CO (o microônibus, que continua em atividade) ficava estacionada próxima ao Córrego Aricanduva, na zona leste da capital, e a outra, próxima ao Córrego Pirajuçara, na zona oeste.

A área de abrangência do CO-03 é, basicamente, a capital, mas ele pode ser deslocado para outras partes do Estado. “Porém, demora um certo tempo para chegar, por exemplo, a Registro, Presidente Prudente e a regiões mais distantes”, lembra o capitão Freire. “Mesmo sem essa viatura no local, o gerenciamento do acidente ou da catástrofe será feito. E é possível ter o Sicoe mesmo sem ter o CO”, garante Leal.

Paulo Henrique Andrade
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)