A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) aplicou novas medidas para reduzir o consumo de água. A meta é cortar 20% do consumo anual, conforme decreto governamental. Dentre as novidades, destaca-se a organização do sistema de reutilização das águas usadas no resfriamento de destiladores, resfriadores de extrator de solvente e rotavapor, localizados nos laboratórios de mutagênese, citotoxicidade, toxicologia humana, saúde ambiental, microbiologia e parasitologia, ecotoxicologia aquática e comunidades aquáticas da empresa.
Conforme Kunihiko Kurisaki, gerente da divisão de engenharia e manutenção, o novo sistema economizará 300 metros cúbicos por mês. O mesmo procedimento será aplicado no prédio dos laboratórios de análise química orgânica e inorgânica e amostragem de ambientes aquáticos. ‘Com a instalação dos dois sistemas atingiremos a meta prevista para esse ano, reduzindo em mais 20% o consumo na companhia’, informou Kunihiko.
Entre 1998 e 2003, o gasto de água nas dependências da Secretaria do Meio Ambiente e da Cetesb foi reduzido em mais de 50%. No final de 1998, quando a secretaria assinou contrato com a Sabesp – aderindo ao Programa de Uso Racional da Água (Pura) – o consumo anual era de 73,8 metros cúbicos. Passados cinco anos, caiu para 36,6 metros cúbicos.
Seguindo as orientações do Pura, a equipe da divisão de engenharia detectou e corrigiu vazamentos, instalou equipamentos economizadores e efetuou estudos para adaptar procedimentos de áreas com gasto elevado de água. Desenvolveu, também, campanhas educativas para conscientizar e sensibilizar os empregados. ‘Há três meses iniciamos a instalação de tubulações e a construção de quatro reservatórios no subsolo do prédio 5. Agora está concluído e o sistema operando regularmente’, afirmou o gerente.
Desde julho, as descargas dos sanitários do prédio 5, da guarita de segurança, do setor de transportes e do vestiário dos motoristas são abastecidas com água reutilizada. Parte dela é destinada à torre de resfriamento do sistema de ar-condicionado e às torneiras do jardim.
Produto reciclado resulta em benefícios para o meio ambiente
O reúso planejado da água faz parte de um programa global coordenado pela Organização das Nações Unidas e pela Organização Mundial da Saúde, que pretendem alcançar três importantes objetivos: proteção da saúde pública, manutenção da integridade dos ecossistemas e uso sustentado da água. Esse produto pode ser utilizado para geração de energia, refrigeração de equipamentos, em processos industriais e em casos que não necessitem de água potável.
Na Sabesp, a prática do reúso em suas instalações já é realidade desde os anos 80. São reaproveitados 780 milhões de litros de água por mês, volume suficiente para abastecer toda a população de Taubaté, no Vale do Paraíba. Em razão do excedente na produção, a companhia estendeu, a partir de 1997, a alternativa às empresas que compram o produto com custo mais baixo. É o caso da Coats Correntes, pioneira no uso de água recuperada, utilizando-a no tingimento de linhas e economizando 70 mil litros de água/hora. Outras 13 aderiram à prática e adquirem 172 mil litros de água de reúso/dia, desde julho de 2002.
Além das empresas, as prefeituras de São Paulo, Barueri, São Caetano do Sul, Carapicuíba, Diadema e Santo André usam-na para efetuar a lavagem de ruas e avenidas, consumindo 34 milhões de litros de água por mês, com custos reduzidos. Elas desembolsam apenas R$ 0,36 por mil litros de água. O reúso da água está se disseminando, incentivando muitas empresas a adotarem procedimentos para recuperação e reciclagem dentro dos seguimento industrial, resultando na redução do consumo de água potável, com grandes benefícios para o meio ambiente.
Da Assessoria de Imprensa da Cetesb
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
