As cinco cabines da Polícia Militar instaladas nas esquinas da Avenida Ipiranga reduziram os índices de criminalidade no centro da Capital. Desde 2 de dezembro, quando foram inauguradas, até meados do mês, os soldados que trabalham no local detectaram três delitos. “É um número promissor, comparado às 14 ocorrências de novembro e às 23 de outubro”, informa o tenente-coronel Delecrodio, comandante do 34º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento no centro.
As cabines funcionam em esquinas das ruas 24 de Maio, Barão de Itapetininga, 7 de Abril e avenidas São João e São Luís. Além da redução de assaltos e outros ilícitos, os 16 policiais da Ipiranga conseguiram resolver casos mais complicados como prender um boliviano com mil dólares falsos.
O projeto, que recebe apoio da comunidade, prevê a instalação de 200 cabines, sendo 170 no centro e o restante na região da Avenida Paulista. A idéia é distribuir cabines no Largo do Arouche, seguindo pela Avenida Duque de Caxias, Rua Florêncio de Abreu, 25 de Março, Boa Vista, Líbero Badaró, Praça da Sé, Vale do Anhangabaú, Praça Ramos de Azevedo, Rua 24 de Maio e paralelas (Barão de Itapetininga e 7 de Abril), Praça da República e novamente o Arouche, fechando o círculo no centro.
Esquina da canção
Incluindo centro e Paulista, trabalham no programa, denominado Policiamento Ostensivo Especial (POE), 63 policiais, 45 deles mulheres, dentro e fora das cabines. O comandante ressalta que passaram por treinamento específico com professores voluntários e com alguns moradores das regiões atendidas.
O coronel observa que o pequeno espaço da Ipiranga tem alta densidade populacional, residente e temporária, que facilita a ação de marginais. Somente na esquina da São João com Ipiranga, cantada por Caetano Veloso na música Sampa, circulam 200 mil pessoas por dia.
As cabines, redondas e removíveis, têm l,5 metro de diâmetro. O policial fica a 80 centímetros do chão, o que lhe dá visão privilegiada e também é visto, duas características inibidoras da ação criminosa. O horário do policiamento é das 7 às 21 horas, de segunda a sábado. À noite, são guardadas por comerciantes ou moradores da comunidade.
Espigão da Paulista
Instaladas há mais de dois meses, as 15 cabines da Paulista reduziram o delito em 70%. O coronel conta que os policiais do POE já estão integrados ao cotidiano da avenida. “Recebem lanches, refrigerantes, água e apoio da comunidade que gosta muito do nosso policiamento”. Na região, os soldados já conseguiram até prender uma quadrilha especializada em roubo de motos. No futuro, haverá mais 15 cabines, espalhadas pelas duas paralelas, alamedas Santos e São Carlos do Pinhal.
Otávio Nunes- Da Agência Imprensa Oficial
