Especial: Agronegócio ajuda Brasil a ter saldo comercial positivo

Superávit de US$ 2,64 bilhões na balança comercial foi favorecido pelos US$ 16,45 bilhões do setor do agronegócio

ter, 22/01/2002 - 10h29 | Do Portal do Governo

Superávit de US$ 2,64 bilhões na balança comercial foi favorecido pelos US$ 16,45 bilhões do setor do agronegócio

A balança comercial brasileira conseguiu em 2001 superávit de US$ 2,64 bilhões, o primeiro desde 1994. O bom resultado foi obtido pelo crescimento das exportações (US$ 58,22 bilhões) e relativa estabilidade das importações (US$ 55,58 bilhões).

O que levou o País a chegar a esse saldo positivo foi principalmente o superávit na balança comercial dos produtos do agronegócio, US$ 16,45 bilhões, repetindo (e até melhorando) a boa performance que o setor acusa há anos.

Em 2001, a balança dos eletrônicos e componentes foi negativa em US$ 8 bilhões, a de produtos químicos em US$ 7 bilhões e a de bens de capital em US$ 3,5 bilhões.
As exportações do agronegócio brasileiro em 2001 somaram US$ 25,01 bilhões e as importações, US$ 8,56 bilhões e o superávit de US$ 16,45 bilhões foi 34% superior aos US$ 12,31 bilhões do ano anterior.

Estudo recém concluído pelo Instituto de Economia Agrícola, ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, analisa esses números e revela também que no ano passado aumentou a participação das exportações do agronegócio no total do País, ao mesmo tempo em que as importações setoriais recuavam.

O estudo, preparado pelo pesquisador Nelson Martin, mostra a crescente participação de São Paulo no comércio internacional do agronegócio, exportando alimentos industrializados e matérias-primas de maior valor agregado que produtos primários (commodities).

Fonte de divisas

Na cadeia produtiva da soja (grão,farelo, óleo), o Brasil faturou no ano passado US$ 5,33 bilhões. Em produtos florestais (celulose e papel, por exemplo), o faturamento foi de US$ 4,27 bilhões.

Em carne bovina, couros e calçados, as exportações somaram US$ 3,45 bilhões. As outras carnes (aves e suínos) renderam US$ 1,83 bilhão, a cadeia da cana-de-açúcar, US$ 2,39 bilhões e a de café, US$ 1,42 bilhão.

No ano passado, caíram a mais da metade as importações de produtos da cadeia do algodão (redução de 56,60%, indo de US$ 440 milhões em 2000 para US$ 190 milhões em 2001). Também as compras de leite se reduziram à metade (51,2%, de US$ 380 milhões para US$ 180 milhões).

O milho foi um produto que se destacou na balança comercial: não só as importações foram 65,4% menores (de US$ 180 milhões para US$ 70 milhões) como as exportações cresceram expressivamente: 3.311% em 2001. O Brasil se tornou um grande exportador de milho, saltando de apenas US$ 14 milhões faturados em 2000 para US$ 506 milhões em 2001.

São Paulo à frente

As exportações totais paulistas somaram US$ 20,62 bilhões em 2001, e as importações, US$ 24,77 bilhões, do que resultou déficit comercial de US$ 4,15 bilhões, menor (28,3%) que no ano anterior. O déficit poderia ser maior se não tivesse se registrado um superávit de US$ 2,65 bilhões na balança comercial do agronegócio paulista.

Em São Paulo, as exportações do setor somaram US$ 6,20 bilhões e as importações, US$ 3,55 bilhões no ano passado. No entanto, a participação paulista no total das exportações nacionais, que significou 30,07% no ano passado, se reduziu em 0,50 ponto percentual, enquanto a participação das importações se reduzia em 1,19 ponto percentual.

Das exportações paulistas do agronegócio, a grande maioria – 81,70% – são produtos industrializados, o que indica o nível de agregação de valor obtido na agricultura estadual. Matérias-primas e os produtos intermediários constituíram 50,20% do valor exportado pelo agronegócio paulista, maior que a média do País (59,80% das vendas do setor).

Os principais produtos do agronegócio exportados por São Paulo são açúcar, suco de laranja, produtos florestais, carne bovina, soja e derivados. E os principais produtos importados são papel (da cadeia florestal), trigo, pescado, olerícolas.

Nas importações, as compras feitas por São Paulo no Exterior significaram 14,33 % do total nacional. O Estado contribuiu com 16,11% do superávit cambial que o setor obteve no ano.

Das exportações paulistas do agronegócio, a grande maioria – 81,70% – são produtos industrializados, o que indico alto nível de agregação de valor obtido na agricultura estadual. Matérias-primas e os produtos intermediários constituíram 50,20% do valor exportado por esse segmento, menor que a média do País (59,80% das vendas do setor), dado que confirma essa maior agregação de valor nas exportações do setor, feitas a partir de São Paulo.

Os principais produtos do agronegócio exportados por São Paulo são açúcar, suco de laranja, produtos florestais, carne bovina, soja e derivados. E os principais produtos importados são papel (da cadeia florestal), trigo, pescado e olerícolas.

Leia o estudo completo no site do IEA: www.iea.sp.gov.br

Cecilia Zioni