Especial: Academia de Polícia promove cursos de aperfeiçoamento

Acadepol seleciona, capacita, especializa e recicla funcionários das carreiras policiais

qua, 28/08/2002 - 12h03 | Do Portal do Governo

Em comunicado publicado na edição desta quarta-feira, dia 28, do Diário Oficial do Estado, está a lista dos 280 servidores da Secretaria da Segurança Pública (SSP) inscritos no curso de aperfeiçoamento para carcereiros, da Academia de Polícia de São Paulo. Este como outros cursos visam a reciclar os profissionais da área para atuar com melhor performance.

A solução dos mais intrincados casos policiais passa por um moderno conjunto arquitetônico instalado desde 1970 no câmpus da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo. Ali funciona a Academia de Polícia Dr. Coriolano Nogueira Cobra (Acadepol), criada na década de 30 como Escola de Polícia de São Paulo. É ali que os policiais civis do Estado aprendem as mais modernas técnicas da criminologia.

Considerada modelo no País, a Acadepol seleciona pessoal e promove aperfeiçoamento, especialização e reciclagem de funcionários pertencentes às diversas carreiras policiais. Atualmente, a Academia conta com cerca de 1.600 alunos. Após seleção por concurso público, o policial nomeado freqüenta o curso de formação com duração média de quatro meses.

Com exceção dos candidatos a delegado, médico-legista e perito criminal, que se formam somente na sede em São Paulo, os funcionários sediados no interior podem fazer seu cursos em unidades localizadas nas cidades de São José dos Campos, Santos, Sorocaba, Campinas, Bauru, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

Carreira na Polícia Civil

Ao todo, existem 14 carreiras para os policiais civis, que passam a integrar os quadros da Secretaria de Segurança Pública. Para os cargos de delegado de polícia, perito criminal e médico-legista, os candidatos devem ter formação superior. As carreiras que exigem curso médio são: escrivão e investigador de polícia, agente policial, agente de telecomunicações policiais, fotógrafo técnico pericial, desenhista técnico-pericial, auxiliar de necropsia, papiloscopista policial e agente policial. Aos candidatos às funções de carcereiro, auxiliar de papiloscopista e atendente de necrotério exige-se apenas a formação de 1º grau.

Neste ano, por determinação governamental, está sendo ministrado o Curso Superior de Polícia para integrantes da Polícia Militar. São 30 oficiais superiores da PM que, ao final do curso, ganharão a patente de coronel. Ao entrar para a a Acadepol, o aluno tem a opção de escolher entre dois tipos de policiamento: a polícia que é vista – delegados, investigadores -, e a polícia que vê – peritos, legistas, papiloscopistas. Estes fazem o chamado policiamento visual, ‘post factum’.

Ao se comparar a formação dada pela Acadepol com a de outros países, é possível constatar que cada academia tem sua especificidade, adaptada à cultura local. Os fenômenos criminais muitas vezes são diferenciados e os costumes brasileiros são distintos dos costumes de outros países, como da América do Norte ou Europa. Diante disso, o policial precisa se adaptar à situação de uma cidade como São Paulo, por exemplo, onde treinamento e prática não ficam devendo nada à polícia dos países mais desenvolvidos. As provas colhidas são as mesmas, o que muda são as facilidades tecnológicas de que esses países dispõem.

Polícia científica

A polícia de carreira foi estabelecida no Estado de São Paulo em 1905. Inicialmente era dirigida por bacharéis em direito que fixaram novas técnicas e diretrizes em serviços de segurança pública e no combate à criminalidade. Surgia assim a polícia científica. Tempos depois, dada a necessidade de se recorrer às técnicas dos países mais evoluídos, o governo do Estado contratou professores que vieram da Suíça para ministrar aulas nas dependências da Polícia Central (instalada no Pátio do Colégio) a delegados e comandantes das corporações policiais. Entre eles, vieram renomados mestres da Universidade de Lausanne, que também fizeram conferências para magistrados, promotores de Justiça, professores de Direito, advogados e jornalistas.

Em 1936, o Curso de Técnica Policial foi transformado em Escola de Polícia, com a reorganização do Laboratório de Polícia Técnica. Estava estruturada a nova escola, com sede na esquina da Rua Visconde de Rio Branco com a Rua dos Gusmões. Posteriormente, mudou-se para a Rua Conde de Pinhal (1937) e para a Rua da Glória, sede da Escola de Polícia de 1944 até 1945, indo depois para a Rua São Joaquim. Em 1969, a Escola de Polícia passou a se chamar Academia de Polícia de São Paulo.

Elevada à categoria de Departamento Policial, em 15 de março de 1983, com a sigla Acadepol, permanece com sua estrutura até hoje. Ou seja: delegado de polícia-chefe; Secretaria de Concursos Públicos com nível de Divisão Policial; Secretaria de Cursos Complementares com nível de Divisão Policial; Unidade Docente de Polícia Judiciária; Congregação; Seção de Vigilantes e Serviço de Apoio Técnico abrangendo a Seção Técnica de Laboratório, Seção de Documentação e Biblioteca, Seção de Museu Criminal, Seção de Recursos Audiovisuais, Seção Psicotécnica e Seção de Depósito de Produtos Controlados.

Museu do Crime

Dentro da Academia de Polícia está instalado o Museu do Crime, que iniciou suas atividades na década de 20, com a formação da Delegacia de Técnica Policial e Escola de Polícia. As peças eram recolhidas do cotidiano policial, para servir de ilustração às matérias ministradas e expostas nas salas de aula. Com sede própria a partir de 1930, passou a ser aberto ao público com o nome de Museu de Criminalística.

O museu mostra imagens dos espaços urbanos e rurais onde os acontecimentos criminosos ocorreram, a preocupação da instituição policial em conhecer a população criminal por meio de fotografias, impressões digitais e a função didática para uso dos alunos e professores da Academia.

São manuscritos do século 19, laudos da polícia técnica de São Paulo e Santos, registros de inquéritos, livros de entrada e saída de presos, entre outros. Cópias de laudos da polícia técnica relativos a acidentes, homicídios, suicídios, incêndios, locais de crime, instrumentos de crime, produtos de roubo, falsificação de moedas, bebidas, drogas e máquinas de jogo. Algumas salas não são permitidas para menores de 17 anos.

Em 1979, o museu foi totalmente reestruturado, enriquecido com painéis fotográficos extraídos dos laudos da polícia técnica estabelecendo uma abordagem histórica da participação da Polícia Civil diante do crime na sociedade paulista.

No ano de 1984, passou a ser conhecido como Museu do Crime, aberto à comunidade e integrado ao serviço de apoio técnico da Acadepol. Foi inaugurado com uma mostra fotográfica sobre acidentes de trânsito e hoje expõe crimes do começo do século, instrumental técnico e científico utilizado pela polícia, esqueletos humanos e peças conservadas em formol com referências criminais. Quando acontece um crime de certa notoriedade, a Academia costuma solicitar seu material ao delegado encarregado do caso. Após o julgamento, o histórico do crime é documentado e colocado em exposição.

A entrada é gratuita e as visitas podem ser feitas de segunda a sexta-feira das 9 às 11 horas e das 13 às 17 horas. Escolas e grupos organizados recebem orientação do monitor, após agendamento prévio. O Museu do Crime fica na Praça Professor Reynaldo Porchat, 219 – Cidade Universitária – Butantã – São Paulo-SP.

Márcia Bitencourt
Da Agência Imprensa Oficial