Escola de Jacareí promove integração de alunos portadores de deficiência

Portadores de necessidades especiais assistem às aulas ao lado de seus colegas, nas mesmas salas

sáb, 12/06/2004 - 18h39 | Do Portal do Governo

Os alunos portadores de necessidades especiais da Escola Estadual Professora Hermínia Silva de Mesquita, em Jacareí, participam de diversos trabalhos de inclusão social. Eles tomam parte em todas as atividades desenvolvidas na escola, como trabalhos em sala de aula e extraclasse, projetos interdisciplinares e atividades externas. Segundo os professores, não há diferença de tratamento entre os alunos.

Este ano, a escola adotou o tema Paz e Cidadania em todas as disciplinas e conseguiu fazer com que as palavras solidariedade e igualdade passassem a integrar o cotidiano dos estudantes. Com a escolha do tema, a escola desenvolve na prática conceitos importantes para formar uma sociedade mais justa. Os portadores de necessidades especiais assistem às aulas ao lado de seus colegas, nas mesmas salas. As dificuldades são solucionadas com o apoio dos professores e colegas.

Alunos especiais

João Rafael Belini, 15 anos, é prova do trabalho desenvolvido na instituição. É cego e deficiente físico, além de ter lesões cerebrais. Apesar dos problemas, está na 6ª série e é querido por todos. “O seu desenvolvimento pedagógico deve-se ao empenho da família, dos professores e de todos os seus colegas”, afirma a professora de Língua Portuguesa, Catarina Fernandes.

A deficiente auditiva Tatiele Valentim, 16 anos, está na 7ª série. Também freqüenta as salas de recursos para alunos portadores de necessidades especiais das escolas EE João Vitor Lamana e EE Neuza Teodoro. A jovem tem acompanhamento fonoaudiológico, psicopedagógico, de aprendizagem e inclusão social. “O Caso de Tatiele é uma vitória, afinal, ela aprendeu a dançar e participa de peças teatrais. O curso de linguagem de libras é um complemento já que, pela leitura dos lábios, ela compreende todas as palavras”, diz Catarina.

Os portadores de deficiências visuais Camila de Lurdes e João Rafael Bólido, ambos de 16 anos, são atendidos pelo Serviço Especializado de Treinamento e Atendimento da prefeitura. Os alunos aprendem braile e têm contato com métodos pedagógicos e práticas de trabalhos, sempre acompanhados por psicólogos, pedagogos e professores. Especialistas também dão atendimento bimestral na escola, acompanhando e orientando os professores. O objetivo é detectar as dificuldades para serem trabalhadas posteriormente.

Falta transporte

A presença dos portadores de deficiência nas atividades do Programa Escola da Família é assídua. Eles participam do curso de informática, aulas de reforço de matemática, oficinas de leitura, teatro e atividades esportivas. A escola também promove campanhas para auxiliar os asilos da cidade. Sob a coordenação de professores, grupos de alunos visitam essas instituições. “A atividade permite a troca de experiência dos jovens com os idosos, e isso os torna participativos e os ensina a respeitar o próximo. Talvez este seja o motivo de nossos estudantes serem tão solidários com os estudantes especiais da escola”, acredita Catarina.

A professora acrescentou que eles ficariam ainda mais contentes se tivessem uma vida social mais ativa. Isso seria possível, segundo ela, se conseguissem meios de transporte para serem levados a shopping centers, cinema e excursões. “Vivemos numa comunidade carente, o auxílio de executivos e empresas seria muito gratificante”, acrescenta. Os interessados em colaborar devem procurar a Diretoria de Ensino de Jacareí pelo telefone (12) 3953-1155.