Entrevista do governador Geraldo Alckmin concedida nesta quarta-feira, após inauguração de trecho du

Parte I

qui, 11/10/2001 - 15h46 | Do Portal do Governo

Fernão Dias

Repórter – O senhor libera hoje um trecho de muito congestionamento, não é?

Alckmin – A rodovia Fernão Dias tem, no trecho de São Paulo, aproximadamente 90 km de extensão, e a duplicação deste trecho deve ficar pronta até o Natal. São três trevos: o de Mairiporã, o do Distrito de Terra Preta e o trevo de Bragança Paulista. Até o final deste ano estará concluída toda a duplicação e os três trevos, ficando para o ano que vem o recapeamento da pista antiga.
A rodovia Fernão Dias é federal, mas o Estado está participando da obra, que tem 25% de recursos federais, 25% de recursos do Estado e 50% do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Este ano estão sendo investidos R$ 26 milhões e o Estado está entrando com R$ 6 milhões. Hoje estão sendo entregues mais seis quilômetros prontos.

Repórter – Em sua primeira visita à rodovia Fernão Dias, em Bragança Paulista, o senhor falou que era questão de 60 dias para que os trevos de acesso estivessem prontos. Está dentro do cronograma?

Alckmin – Os trevos ficarão prontos até o final do ano, aliás são construídos os trevos e as marginais também. São obras de arte, de grande peso e importância, pois acabam com a travessia em nível – como é o caso de Bragança -, que é muito perigosa. Nós estamos em uma das rodovias de maior movimento do País e do Estado São Paulo. A Fernão Dias tem um VDM (volume de veículos por dia) de 90 mil veículos. É uma das grandes rodovias em termos de tráfego e uma das poucas desse porte que ainda não estava duplicada. Vai ser de grande importância para a segurança e vai impulsionar toda essa região aqui da Cantareira, que tem um enorme potencial turístico: Circuito das Águas, região das estâncias climáticas – como é Bragança Paulista. Vai ter um grande impulso.

Repórter – Qual a expectativa para a conclusão total das obras?

Alckmin – A Fernão Dias terá o trecho de São Paulo totalmente duplicado com todos os trevos entregues até o Natal. O recapeamento vai ficar para o ano que vem. Depende do Governo Federal. Colocou o dinheiro no orçamento, São Paulo coloca os 25% que nos cabe, aí recapearemos no ano que vem. Mas acho que foi importante essa decisão de concluir a obra, porque senão ia ficar tudo pela metade, o recapeamento pela metade e a duplicação pela metade. Ao menos com os R$ 26 milhões conclui a duplicação e os trevos, assim ela está dando tráfego perfeitamente.

Washington / Estradas

Repórter – Sobre a sua viagem a Washington que era para acontecer em setembro, já tem data marcada?

Alckmin – Não está totalmente fechada a data. Ontem me ligou o embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Barbosa e, em princípio, será no início de novembro, nos dias 5, 6 e 7. Mas não está fechado ainda.

Repórter – Algum secretário acompanha o senhor?

Alckmin – O secretário da Fazenda, com certeza. O secretário dos Transportes Metropolitanos, porque o principal objetivo, tanto no BID como no BIRD, são os financiamentos para a obra do Metrô. O prolongamento da Linha 5 vai ser entregue no ano que vem, de Capão Redondo até o Largo 13, em Santo Amaro. Mas a idéia é chegar até a Santa Cruz, interligando com a Linha 1 que é a Norte/Sul, e a Linha 4, que é financiamento do Banco Mundial.

Repórter – Nessa viagem para Washington o senhor já vai trazer recursos para reforma de estradas?

Alckmin – Os financiamentos mais adiantados são dois. Um é o PAC, que é o Programa de Atendimento a Cortiço, para erradicação de cortiços, um programa habitacional do BID.
O segundo são os US$ 120 milhões do BID e US$ 120 milhões do Governo do Estado, o que vai dar quase meio milhão de dólares para recuperação, recapeamento, readequação, terceira faixa, acostamento da malha rodoviária paulista, esse é que está mais adiantado.

Repórter – Quantos quilômetros?

Alckmin – Isto ainda não está definido, mas assim que estiverem concluídos os projetos executivos você licita a obra e sabe quanto vai gastar. Mas vou te dar um exemplo que é a SP-50 ligando Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião, Bertioga até Cubatão.
Recapeamento, terceira faixa, acostamento, obras de arte (viaduto, passarelas, trevos) e as duas serras, Oswaldo Cruz de Ubatuba até o Alto da Serra (Ubatuba/Taubaté) e a Tamoios, de Caraguá até o Alto da Serra. Essa é uma das obras do BID. Nós esperamos licitar as obras até o final do ano e começar as obras em fevereiro do ano que vem.

Repórter – Tem um programa, me parece que é da Dersa, de recuperação de dois mil quilômetros de estradas. É dentro desse programa?

Alckmin – A maioria das rodovias do programa do BID são do DER. Pode haver alguma coisa da Dersa, mas a maior parte é do DER. E todas as principais rodovias que estão fora do Programa de Concessão. O Estado de São Paulo tem 33 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, tirando sete mil de vicinais, vai dar uns 25 mil quilômetros de SPs. Destas 25 mil, tem 3 mil quilômetros concedidas. Sobram 22 mil quilômetros que o Estado tem que manter. Destes 22 mil quilômetros, vão ser separadas as de maior tráfego.

Repórter – Como é esse processo?

Alckmin – O processo é lento porque primeiro você precisa apresentar o projeto ao Banco Mundial e ao BID. Apresentado o projeto, tem uma vistoria técnica e uma avaliação do conteúdo do projeto, o formato, as propostas, o mérito, o interesse público, o custo-benefício. E depois tem o lado financeiro, que é a capacidade de endividamento do Estado de São Paulo que é avaliada pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda e, finalmente, tem o Senado, que é quem aprova os financiamentos. Depois é a assinatura de contrato e a obra.