Entrevista à imprensa do governador em exercício, Walter Feldman, nesta terça, dia 13, após assinatu

nd

ter, 13/11/2001 - 16h00 | Do Portal do Governo

Desativação do Carandiru

Repórter: Agora, logo no primeiro ato como governador em exercício, um evento significativo e simbólico como o senhor mencionou, que é a desativação do Carandiru.

Feldman: Nós estamos convencidos de que o Governo do Estado fez muito no sistema penitenciário. Duplicamos o número de vagas; o tratamento ao preso é cada vez mais adequado; pequenas penitenciárias, em geral, colocadas em locais mais adequados do que aqueles feitos no passado. Nada disso resolve integralmente.
Nós estamos tendo um processo de ressocialização do preso, profissionalização, algo que o Governo vem fazendo também com índices superiores a 40%. Mas a atividade mais importante que nós devemos fazer está relacionada à juventude e à construção de espaços públicos coletivos. Atrair algo que cidades grandes como São Paulo estão perdendo, que é a relação de vizinhança, que o Parque do Carandiru novamente dará à população da Zona Norte.

Repórter: O secretário Nagashi Furukawa falou que até 31 de março as chaves vão estar entregues. O parque estará disponível quando para a população?

Feldman: Nós devemos implodir provavelmente no mês de abril ou meados de maio. Primeiro temos a entrega das chaves, depois tem um processo técnico de implosão. A partir daí, periodicamente, nós vamos instalando os equipamentos para que ele se transforme definitivamente em parque. Um parque grande, que vai atingir duas grandes avenidas, mas eu imagino que até o final do ano uma parte ponderável do parque estará entregue à população de São Paulo.

Repórter: O senhor vê a desativação e a implosão da Casa de Detenção como uma das grandes bandeiras para a campanha ao Governo do Estado de São Paulo?

Feldman: Não. Eu vejo como uma das grandes ações de governo. Para nós, campanha é um desdobramento natural. Os governadores Geraldo Alckmin e Mário Covas nunca fizeram ações administrativas visando a campanha eleitoral. Mas é inegável que a desativação de uma parte do Carandiru é um sonho dos paulistanos e também dos paulistas. Então é uma bandeira que sempre foi falada, repetida, prometida e finalmente nesse governo ela é feita.

Recomendações do governador Geraldo Alckmin

Repórter: O doutor Alckmin não deixou algum conselho, alguma recomendação especial, específica, para o senhor nessa interinidade? Uma área mais sensível, de preocupação?

Feldman: Talvez por três vezes eu fiz exatamente essa pergunta ao governador Geraldo Alckmin. Quais eram as recomendações. Eu tenho muito claro que o governador do Estado é o Geraldo Alckmin, só que neste momento está longe de São Paulo. Então, os seus braços operadores são os meus. Mas, com toda a insistência que eu fiz, nenhuma recomendação foi dada. Só literalmente o seguinte: o governador do Estado neste período é você; tome as decisões.

Repórter: E qual é a sua grande preocupação, então?

Feldman: Nesse momento, nenhuma. Nós temos a delegação dos deputados estaduais, temos a delegação do governador Geraldo Alckmin. Nesse momento, as questões nevrálgicas do Estado estão sob controle. Nós estamos acompanhando a todo momento, on line, fatos novos que possam vir a aparecer.

Orçamento do Estado

Repórter: Como está o andamento do orçamento estadual para 2002?

Feldman: Ontem nós realizamos a primeira audiência pública em São Bernardo do Campo. Nós faremos mais 18, em todas as regiões do Estado, Região Metropolitana e Capital. A última será na Capital, no dia 3 de dezembro. É a primeira vez que nós fazemos aquilo que estamos chamando de ‘Orçamento Cidadão’. Toda a população, vereadores, prefeitos e sociedade civil discutirão alternativas e mudanças no orçamento original, nesse momento está tramitando. Até o dia 20 de novembro está aberto para apresentação de emendas. Aí haverá uma reunião da Comissão de Finanças e até o dia 4 ou 7 de dezembro a Comissão deverá votar o relatório que será apresentado no Plenário.

Repórter: Até agora houve quantas emendas, o senhor já sabe?

Feldman: Eu não sei exatamente o número, mas nós vamos chegar a 5 mil com certeza.

Repórter: O senhor acha que até o dia 20 ou 22 no máximo, depois vem Natal, esse orçamento está votado e aprovado?

Feldman: A Assembléia ainda trabalha com a possibilidade de no dia 15 de dezembro encerrar essa votação.

Repórter: Se não votar até o prazo fatal, poderá haver uma convocação extraordinária?

Feldman: Em hipótese nenhuma. Nós não entramos em recesso antes da votação do orçamento. Depois de um determinado período, só fica a discussão do orçamento. Nós temos ainda que votar as contas do governador Mário Covas do ano 2000 e só entraremos em recesso depois que o orçamento for votado. Portanto, não carece, não precisa de convocação extraordinária.