Entidades filantrópicas de saúde recebem repasses de verba

Além do repasse de R$ 17 milhões, Alckmin liberou R$ 667,1 mil para as Apaes de 56 cidades paulistas

sáb, 17/05/2003 - 19h12 | Do Portal do Governo


O município que possui a Santa Casa mais antiga do Brasil sediou nos últimos três dias o XXII Encontro de Dirigentes, Provedores e Administradores de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo. Santos recebeu representantes das 381 Santas Casas do Estado na reunião que teve como tema ‘A informação como ferramenta de gestão’. O encerramento do encontro foi realizado neste sábado, dia 17, e contou com a presença do governador Geraldo Alckmin.

As Santas Casas vivem um período de crise financeira e os dirigentes das unidades escreveram uma carta aberta pleiteando ao Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras coisas, mais verba para custeio. Alckmin liberou 17,7 milhões para todas as unidades, sendo que a menor ficará com R$ 10 mil e a maior, que é a da cidade de São Paulo, receberá mais de R$ 1 milhão. ‘As unidades de Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande receberão juntas cerca de R$ 800 mil’, informou Alckmin.

Os entendimentos entre São Paulo e o Ministério da Saúde para ampliar o teto do SUS paulista continuam acontecendo. O governador destacou a importância da elevação do teto, pois São Paulo é o único Estado do Brasil que paga pelas internações hospitalares feitas no sistema. ‘Somando o que os municípios, o Estado e a rede filantrópica atendem pelo SUS, o teto estoura. Temos quatro hospitais em funcionamento que estão fora do SUS, pois não há teto’, explicou Alckmin.

Além do repasse de verba para as Santas Casas, o governador também liberou R$ 667,1 mil reais para ajudar as Apaes de 56 cidades paulistas. O prefeito de Santos, Beto Mansur, endossou o pedido de mais verbas para as Santas Casas feitos pelos dirigentes das unidades. ‘É importante essa carta escrita com essas reivindicações’.

O secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, elogiou o evento e falou sobre a crise financeira do sistema. Segundo ele, durante encontro realizado em 1995, a situação também era bastante difícil. ‘Naquela ocasião, o governador Mário Covas fez o encerramento e disse que o melhor administrador público é o provedor da Santa Casa, pois trabalha com uma receita pequena e uma despesa grande que só tende a aumentar’. Ele disse que Covas apresentou duas saídas para a questão: aumentar a receita e diminuir a despesa por meio do aprimoramento da gestão. ‘Tenho certeza que neste encontro, onde foi colocado o aprimoramento da informação como ferramenta decisiva, as Santas Casas vão aperfeiçoar a gestão e dar a volta por cima’.

Alckmin citou um exemplo de uma decisão que tomou quando era prefeito de Pindamonhangaba para ampliar a receita da Santa Casa daquele município. ‘Naquela época, Pinda não tinha velório. Eu construi um velório num espaço de um dos prédios da Santa Casa e doei o local para a unidade. Com isso foi possível ampliar a receita’.

Além de soluções criativas, o governador também defendeu a revisão da tabela do SUS, pois o valor pago aos hospitais não é sulficiente para cobrir os atendimentos. ‘A medicina está cada vez mais complexa com aparelhos mais caros’, explicou. Para Alckmin, a área da Saúde obteve avanço nos últimos tempos. Segundo ele, o índice de mortalidade infantil caiu 40% no Estado de São Paulo nos últimos oito anos. ‘Isso mostra que houve melhoria em saneamento básico, atendemento pré-natal, no parto, nas equipes médicas e no Programa de Saúde Familiar’. Disse ainda que a vida média dos brasileiros também subiu, sendo que no Estado de São Paulo já passa dos setenta anos’.

Após o encerramento do encontro, o governador visitou os estandes de aparelhos de medicina expostos no local.

Rogério Vaquero / Macedo Júnior