Engenharia: Pesquisa da Poli ganha prêmio em conferência de Engenharia nos EUA

Trabalho de aluno da USP concorreu com projetos de vários outros países

ter, 14/10/2003 - 9h54 | Do Portal do Governo

Da Agência de Notícias da USP
Por Antonio Carlos Quinto

O Grupo de Mecânica da Fratura e Integridade Estrutural (NVFRAC), do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da USP acaba de ganhar um prêmio nos EUA com um estudo sobre a avaliação de integridade estrutural em dutos com defeitos.

O trabalho do estudante de doutorado Fernando Dotta concorreu, em julho deste ano, com projetos de vários outros países na Conferência Internacional da American Society of Mechanical Enginering (ASME), realizada em Cleveland, Ohio.

O coordenador do grupo, professor Claudio Ruggieri, explica que o projeto vencedor está centrado no desenvolvimento de metodologias e procedimentos para avaliação de defeitos em dutos para transporte de gás e petróleo. ‘A premiação é concedida anualmente por uma divisão da ASME, específica em dutos e vasos de pressão’, conta.

O estudo de Fernando Dotta integra uma série de pesquisas do grupo coordenado por Ruggieri há cerca de dois anos. Neste período, os pesquisadores vêm desenvolvendo uma metodologia capaz de fornecer informações mais precisas relativas aos impactos de defeitos sobre a segurança de sistemas dutoviários para transporte de gás e petróleo. ‘Trata-se de uma metodologia que poderá auxiliar na prevenção de reparos, extensão da vida útil dessas instalações e, mais importante, aumentar a segurança ambiental no caso de potenciais vazamentos de gás, petróleo e seus derivados’, descreve Ruggieri.

‘No Brasil existem cerca de 12 mil quilômetros de tubulações mantidas pela Petrobrás’, estima o professor. Segundo ele, a expectativa é que haja uma expansão ainda maior, já que o Brasil deverá aumentar sua matriz energética com a utilização do gás natural proveniente da Bolívia e da recém descoberta Bacia de Santos.

Com informações fornecidas por equipamentos que detectam falhas e trincas nas tubulações, é possível prever por meio de modelos computacionais tridimensionais a extensão do problema e elaborar melhores estratégias de manutenção e reparo, além de determinar mais corretamente os níveis de segurança. ‘Há diversas situações em que não se pode admitir, por exemplo, que uma pequena trinca provoque a interrupção do fornecimento para que seja feito um eventual reparo’, explica. ‘Com nossa metodologia é possível determinar, realisticamente, a significância de defeitos, avaliar a necessidade ou não de reparos e, eventualmente, alterar as condições operacionais para minimamente evitar vazamentos ou garantir o fornecimento de produtos até que ações corretivas sejam tomadas’, garante o professor.

Cooperação

Um projeto de cooperação tecnológica com a Petrobrás vem possibilitando a utilização de ensaios em laboratório, tanto em escala reduzida quanto em escala real. Há uma cooperação semelhante com a Universidade de Illinois, nos EUA. ‘O grupo também conta com forte apoio da Fapesp’, lembra Ruggieri.

Toda a metodologia desenvolvida pelo grupo é viabilizada por meio de métodos numéricos que envolvem simulações computacionais complexas. Para tanto, a equipe utiliza estações de trabalho de alto desempenho e o supercomputador do LCCA-USP. ‘Nossa metodologia pode ser aplicada também na aeronáutica, onde a previsão de falhas em componentes estruturais, tais como a fuselagem, contendo pequenos defeitos e trincas é um elemento crítico para a segurança de aeronaves’, afirma Ruggieri.

Mais Informações: (0XX11) 3091-5350, ramal 248, com o professor Claudio Ruggieri
V.C.