Energia: CESP comemora 35 anos da Usina de Jupiá neste fim de semana

Hidrelétrica é primordial para a continuidade do abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo

qui, 24/06/2004 - 19h25 | Do Portal do Governo

A Companhia Energética de São Paulo (CESP) comemora neste fim de semana os 35 anos de operação comercial da Usina Engenheiro Souza Dias (Jupiá), localizada no rio Paraná, entre os municípios de Castilho (SP) e Três Lagoas (MS).

Na programação preparada pela empresa para o sábado, dia 26, estão uma cerimônia interna na usina para empregados e representantes da comunidade no período da manhã, e um show com Moraes Moreira e Banda, na cidade de Três Lagoas, à noite, com entrada gratuita para a população.

Jupiá é a usina mais antiga da empresa, foi a primeira grande hidrelétrica a ser construída no Brasil e representa um marco no desenvolvimento tecnológico nacional. Ainda hoje, passadas quase quatro décadas, a usina ocupa lugar de destaque no setor eletroenergético brasileiro, tendo fundamental importância para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Sua potência instalada total da usina é de 1.551,2 megawatts (MW), produzidos por 14 turbinas tipo kaplan. Há outras duas turbinas, com potência total de 10 MW, destinadas para os serviços auxiliares da própria usina.

A posição estratégica e as condições operativas, que garantem uma rápida recomposição das máquinas em caso de desligamento do sistema interligado, fazem de Jupiá uma usina com características especiais.

A hidrelétrica é primordial para a maximização da continuidade do abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo. Além disso, duas de suas unidades geradoras, as de números 13 e 14, são de importância destacada no abastecimento em 138 quilovolts (kV) do Estado do Mato Grosso do Sul.

Nos seus 35 anos de operação comercial, Jupiá produziu 287.530.927 megawatts hora (MWh). Essa energia é suficiente para abastecer durante três anos (base 2003) todo o Estado de São Paulo, maior centro consumidor de energia da América Latina.
Modernização e tecnologia

A construção da usina ao longo de 13 anos representou um divisor de águas quanto à tecnologia brasileira de construção de grandes usinas, não apenas no Estado de São Paulo, mas no Brasil, colocando em evidência a alta capacidade da engenharia nacional.

As obras foram iniciadas em 1961. A entrada em operação das três primeiras unidades geradoras foi comemorada em 19 de junho de 1969. A última das 14 unidades entrou em operação em 30 de junho de 1974.

Desde 1991, a Usina Jupiá vem passando por um intenso trabalho de modernização, o que permite a maximização de produção e contribui para o aumento de confiabilidade e segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN). Em 1996, a usina passou por um processo de ampliação de potência, que fez a capacidade total instalada subir de 1.411,2 MW, para 1.551,2 MW. O trabalho resultou em um aumento de potência de 10%. Cada unidade geradora, com potência inicial de 100,8 MW, passou a gerar 110,8 MW.

A substituição de equipamentos e dos sistemas de controle e proteção, a modernização das turbinas com a utilização de materiais autolubrificantes e a melhoria de processos de manutenção colocam Jupiá dentro de modernos padrões internacionais.

Meio Ambiente

A questão da preservação ambiental, outra grande área de atuação da CESP, tem em Jupiá duas importantes áreas de apoio, produção e pesquisa. A Estação de Hidrobiologia e Aqüicultura de Jupiá, localizada a jusante da usina, na margem esquerda do rio Paraná, é uma das instalações. Essa estação, além de pesquisas de piscicultura e controle da qualidade da água, produz anualmente cerca de 2 milhões de alevinos (filhotes de peixes) de espécies típicas da Bacia do Paraná. Esses peixes são utilizados pela CESP no programa de repovoamento de seus reservatórios nos rios Paraná e Tietê.

Outra unidade de preservação ambiental é a Estação de
Reflorestamento de Jupiá. Localizada a montante da usina, na margem direita do reservatório, produz por ano cerca de um milhão de mudas de espécies típicas da flora regional. A produção é utilizada nos programas de reflorestamento desenvolvidos pela CESP na região do Alto Paraná.

Desenvolvimento regional

Desde o início das obras até hoje, Jupiá representa um pólo de desenvolvimento socioeconômico regional. Isso ocorre não apenas pela energia produzida, que impulsionou o crescimento de municípios paulistas e sul-mato-grossenses, mas pela própria implantação e operação do empreendimento, onde trabalham cerca de 450 pessoas, incluindo especialistas e técnicos das áreas de operação, manutenção, administração, engenharia e meio ambiente da CESP.

A usina é equipada com uma eclusa que representa a porta de entrada do Mercosul. O início de operação da eclusa, em janeiro de 1998, permitiu a plena navegação da Hidrovia Tietê-Paraná, interligando os tramos norte e sul dessa hidrovia, integrando cinco estados brasileiros e totalizando 2.400 quilômetros navegáveis, desde Anhembi e Conchas, no rio Tietê, Interior de São Paulo, até a Usina de Itaipu.

As características operativas e arquitetônicas, além da grandiosidade das instalações, fazem com que Jupiá seja uma importante referência para o turismo regional, principalmente dos municípios de Castilho e Três Lagoas. A usina recebe em média cerca de 10 mil visitantes por ano, o que levou a CESP a desenvolver, dentro das atividades comemorativas dos 35 anos, uma melhoria nas condições e instalações para recepção de visitantes em Jupiá. Isso representa não apenas o investimento em uma importante ação social da Empresa, que é o atendimento da comunidade, mas também mais um impulso no desenvolvimento socioeconômico da população do entorno de Jupiá.

O nome Engenheiro Souza Dias é uma homenagem ao ex-presidente da CESP, Francisco Lima de Souza Dias Filho, que esteve diretamente envolvido nas obras de construção de Jupiá e Ilha Solteira.

Da Assessoria de Comunicação da Cesp/L.S.