Considerado como excelente ou bom por 90% dos usuários, o Corredor Metropolitano São Mateus – Jabaquara, da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), transporta quase 200 mil pessoas diariamente. O índice de aprovação é equivalente ao do Metrô de São Paulo. De acordo com a pesquisa da Associação Nacional de Transportes Públicos, o Ramal Paulista e linha Norte – Sul do Metrô têm 91% de aprovação enquanto o índice da linha Leste – Oeste é de 83%.
Inaugurado em 1988 com um traçado que corta cinco municípios da Grande São Paulo – São Bernardo, Santo André, Diadema, Mauá e a capital -, o corredor é considerado transporte público de média capacidade. Pelos seus 33 km de extensão circula quase tanta gente quanto nos 34 km do Metrô de Porto Alegre, que transporta 230 mil passageiros por dia; e bem mais que no Metrô de Belo Horizonte, que com 21 km recebe apenas 84 mil passageiros por dia útil.
Em 1997, o corredor passou a ser operado pelo Consórcio Metra, que conquistou a concessão por 20 anos, mas o gerenciamento continua sendo feito pela EMTU, que periodicamente analisa a qualidade da frota da concessionária nos quesitos segurança, manutenção, equipamentos, conforto e conservação. Na última inspeção, realizada em junho, a empresa obteve 94,8 pontos, dos 100 possíveis.
Frota
São 10 linhas operadas por 213 veículos. A frota é composta por 118 ônibus a diesel, 72 trólebus, 20 microônibus e três ônibus híbridos, que funcionam com motor a diesel e um banco de baterias. Há modelos articulados e Padron.
Uma das poucas reclamações dos usuários são as quedas de energia na rede de trólebus. Quando isso acontece, a concessionária coloca em operação um esquema de emergência. “Com o volume de passageiros que temos, o sistema não pode ficar parado. Nesses casos os veículos a diesel entram em operação para substituir os elétricos”, esclarece Joaquim Lopes, presidente da EMTU.
“No máximo em 20 minutos o sistema é restabelecido”, informa Manoel Messias Francelino, assistente de operação da Metra. Ele faz parte da equipe de 18 profissionais que fiscaliza itens como semáforos instalados na área do corredor, iluminação e sinalização. “A manutenção de tudo o que está dentro dos limites do corredor metropolitano é de responsabilidade da Metra, do paisagismo à limpeza, da iluminação das paradas à pintura das faixas de travessia de pedestre”, explica.
Rapidez
Os usuários destacam outros pontos fortes do sistema que liga São Mateus ao Jabaquara, como a educação dos condutores, a limpeza dos ônibus, estações e terminais, o serviço de bilhetagem semelhante ao do Metrô, a rapidez do percurso, e o pouco tempo de espera nos terminais.
O assistente de operação informa que nos horários de pico o intervalo entre as saídas é de 2,5 a 5 minutos e no período de entrepico não ultrapassa dez minutos. Os usuários confirmam: “Tem ônibus de cinco em cinco minutos e nunca estão muito cheios”, diz Janaína dos Santos Marques, que há quase dois anos viaja pelo corredor de segunda a sábado. Ela sai de Diadema, onde mora, para trabalhar na Vila Carrão, zona leste da capital. “São quatro ônibus para ir, quatro para voltar.” Ela passa por cinco municípios pagando uma única tarifa de R$ 1,90, o que é possível pela integração realizada em alguns terminais da EMTU.
Apesar de demorar quase três horas para chegar no serviço, Janaína elogia a rapidez do trajeto percorrido no corredor. “Se todos os ônibus que tomo fossem nesse esquema, com certeza ficaria menos tempo dentro deles.” Ela lamenta que dois dos coletivos que usa não percorram corredores. Vanessa Cândido da Silva, que costuma pegar ônibus no Terminal São Mateus para ir a São Bernardo, compartilha da opinião de Janaína. “Isso aqui é uma tranqüilidade. Ah, seria bom se fosse assim na cidade inteira…”
Sirlaine Aiala
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
