Emprego: A delicadeza das orquídeas nas mãos dos bolsistas das Frentes de Trabalho

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ter, 30/04/2002 - 16h09 | Do Portal do Governo

O colorido das plantas dos canteiros que cercam as margens do Rio Pinheiros deixou São Paulo mais bonita e enche de orgulho os bolsistas das Frentes de Trabalho da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert) que trabalham no Projeto Pomar, da Secretaria do Meio Ambiente, responsável pelo novo visual do local.

A paisagem promete ganhar muito mais beleza e delicadeza com o projeto piloto de orquídeas, que já vem sendo realizado com quatro bolsistas das Frentes de Trabalho. A iniciativa conta com o apoio do Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente e deverá ser uma nova habilidade oferecida aos bolsistas das Frentes que trabalham no Projeto.

Há mais de dois anos, cerca de 130 bolsistas vem se revezando na manutenção do paisagismo das margens do Rio Pinheiro. Eles são responsáveis pelo trecho de um quilômetro e aprendem compostagem, implantação e conservação dos canteiros. Além disso, têm treinamento prático e teórico sobre jardinagem, aprendendo a identificar tipos de plantas e os procedimentos para fazer as covas mais adequadas para o plantio.

É uma nova habilidade que vai integrar o currículo do bolsista. ‘Eles saem com curso de jardinagem, além da capacitação oferecida pela Sert’, lembra Dagoberto Menighini, coordenador de campo do Projeto Pomar.

Alegria de viver

O plantio de orquídeas renova os sonhos de Hermínia Messias Evangelistas, 33 anos, bolsista da Frente e desempregada
há mais de um ano. ‘Estou gostando de trabalhar aqui. Posso ter uma especialidade em algo. Acho que no futuro vou poder trabalhar só com orquídeas’, acredita Hermínia.

O sentimento de melhora da auto-estima é visível entre os bolsistas. ‘Conquistei um novo rumo, como pensar para frente e lutar pelo que quero’, ressalta a bolsista Maria Denise Marinho Costa Pereira, que estava desempregada há oito anos.

O trabalho no Projeto Pomar também é uma oportunidade de conhecer melhor as técnicas de plantio para alguns bolsistas. Denival Alves da Silva, 24 anos, fazia trabalhos de jardinagem, como cortar grama e podar plantas, antes de integrar as frentes. Mas agora acredita estar habilitado para novas tarefas. ‘Se não fosse o programa não teria aprendido essas técnicas todas’, ressalta.

Programa

As Frentes de Trabalho recrutam trabalhadores desempregados há no mínimo um ano, que passam a prestar serviço à comunidade durante nove meses. Não se trata de um emprego fixo, e sim de uma bolsa-auxílio (hoje de R$ 190), que contribui para melhorar a auto-estima e para a reinserção do profissional no mercado de trabalho. As Frentes privilegiam os trabalhadores com maiores encargos familiares, mulheres arrimo de família, estiverem há mais tempo desempregados e os mais velhos.

Os trabalhadores recrutados também freqüentam cursos de alfabetização e qualificação profissional, além de receberem uma cesta básica de 30 kg por mês e seguro acidente de trabalho.

As aulas são ministradas uma vez por semana por escolas sindicais, entidades como Senai, Senac e Senat e pelo Centro Estadual de Educação e Tecnologia Paula Souza. Os cursos de qualificação acontecem durante seis horas, uma vez por semana e têm um total de 204 horas/aula.

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