Educação: USP Zona Leste forma profissionais para toda a cadeia produtiva de tecidos

Curso de Tecnologia Têxtil e da Indumentária oferece aos alunos visão ampla do setor

qui, 27/10/2005 - 14h41 | Do Portal do Governo

Curso de Tecnologia Têxtil e da Indumentária oferece aos alunos visão ampla do setor

A USP Leste oferece o curso de Tecnologia Têxtil e da Indumentária, que forma profissionais habilitados a atuar em todas as atividades ligadas ao setor – produção de tecidos, planejamento de produção, automação industrial têxtil e tingimento. O curso tem duração média de oito semestres. A partir do terceiro ano, os alunos escolhem as disciplinas que pretendem cursar, direcionando seu aprendizado para a especialização desejada. Atualmente, a indústria é a grande responsável pela formação dos profissionais. O coordenador do ensino, Moacyr Martucci Júnior, explica que os formados pela USP poderão trabalhar em setores gerenciais de empresas de grande, médio ou microporte, no campo industrial, em pesquisa, crítica e ensino.

Outras opções são a coordenação e o desenvolvimento de novos tecidos e produtos de moda e coleções, o gerenciamento de trabalhos relativos à comercialização, distribuição, marcas, patentes e desfiles. O profissional está, ainda, capacitado a realizar pesquisas tecnológicas, cobrindo todos os aspectos da indústria têxtil e da indumentária. Segundo o coordenador, os universitários terão formação básica generalista, o que é uma vantagem competitiva em relação aos cursos específicos. ‘Eles conhecem o problema como um todo. Assim, otimizam as soluções, sejam tecnológicas, de gestão ou de design’, afirma Martucci.

Como se trata de área nova, não há programas de pós-graduação específicos no Brasil, por isso a maior dificuldade é a contratação de professores que tenham a titulação necessária para serem docentes da USP e reúnam a experiência profissional desejada. ‘Paralelamente às contratações, começamos a estruturar nosso curso de pós-graduação para preparar os futuros docentes, além de criar corpo de pesquisa. Elaboramos a graduação para que seja uma das melhores do mundo. O Estado tem um parque industrial que necessita muito de profissionais com adequada formação’, completa o coordenador.

A aluna Larissa Ortiz de Souza, 19 anos, está satisfeita: ‘O curso é interessante porque abrange toda a cadeia têxtil. Ainda não sei se vou trabalhar no desenvolvimento dos fios ou em moda. É bom poder conhecer todas as áreas do processo’. Adriana Bezerra Giraldi, 23 anos, moradora do bairro da Penha, zona leste, conta que resolveu prestar o vestibular logo que soube da abertura do câmpus da USP Leste. ‘Antes de vir para cá tinha feito alguns cursos técnicos, como coordenação de moda e design de interiores. Sempre estive dividida entre algo que abrangesse indústria têxtil ou arquitetura. É bastante informação nova e estou achando muito legal’, comemora Adriana.

De automóveis a remédios
A professora Silgia da Costa ressalta a importância do aprendizado, listando várias aplicações da tecnologia têxtil. No automobilismo, por exemplo, 18 itens de um carro contêm tecidos, incluindo o pneu.

A construção civil também tem solicitado grandes estudos para criar novos materiais. Na medicina, pesquisadores procuram tecidos que possam ajudar no tratamento de doenças. Roupas contendo medicamentos em suas fibras poderiam ser a solução para o controle da diabete ou até mesmo para relaxar. Pesquisas em nanotecnologia buscam encapsular corantes nas fibras dos tecidos para que as cores fiquem mais intensas. ‘Queremos pôr no mercado alunos não só com o conhecimento teórico, mas prático também. Temos grade curricular bastante ampla, com disciplinas optativas para dar perfil à sua formação’, informa Silgia, que fez doutorado em engenharia têxtil em Portugal.

Regina Amábile
Da Agência Imprensa Oficial