Educação: Unesp realiza programa de saúde bucal para bebês

Clínica atende 600 bebês por mês

qui, 28/08/2003 - 10h36 | Do Portal do Governo

Do Portal da Unesp
Por André Louzas

Três vezes por semana, as instalações da Faculdade de Odontologia (FO) do campus de Araçatuba (FO) recebem a visita de uma turma alegre e agitada. São dezenas de crianças, geralmente com menos de três anos de idade, que participam do programa de educação e prevenção para a saúde bucal de bebês oferecido pela Bebê Clínica.

A professora responsável pela Clínica, Rosangela Santos Nery, do Departamento de Odontologia Infantil e Social da FO, enfatiza que a preocupação básica da equipe é realizar um trabalho educativo, para evitar o surgimento de problemas odontológicos. “Nossa prioridade é a prevenção”, esclarece.

Com atividades ligadas à disciplina de Odontopediatria da FO, a Bebê Clínica funciona às terças e quartas-feiras durante a tarde e às quintas-feiras de manhã, somando cerca de 600 atendimentos por mês. “Temos 4.500 bebês cadastrados desde que iniciamos nossos trabalhos, em 1995”, informa Robson Frederico Cunha, chefe do Departamento de Odontologia Infantil e Social da FO.

Cunha é o responsável pela palestra inicial do programa, que fornece noções básicas sobre higiene bucal e hábitos saudáveis. Após esse primeiro contato, as crianças passam por quatro consultas – uma por semana –, nas quais são examinadas e seus responsáveis preenchem dados sobre as condições bucais dos bebês.
O atendimento é feito com o auxílio de 15 estagiários. As vagas são oferecidas, por um período de seis meses, a dentistas formados pela UNESP e outras universidades.

“Essa experiência tem sido valiosa porque, além de orientar as mães, eu adquiro formação no tratamento odontológico de crianças, que exige um conhecimento específico dentro da nossa área”, diz a estagiária Adriana de Sales Correia, formada pela USP de São Paulo. A equipe conta, ainda, com o trabalho voluntário da fonoaudióloga Beatriz Luíza Oliveira, que orienta as crianças e seus parentes para que sejam evitados hábitos nocivos, como chupar o dedo.

Após a fase inicial de consultas, os responsáveis pelos bebês devem voltar a cada dois meses, para que os especialistas verifiquem se suas recomendações são seguidas. “Por volta de 90% dos bebês que participam do programa não apresentam problemas dentários”, estima Rosangela. Cunha ressalta que a finalidade dessas consultas é acostumar a garotada a ter sua boca examinada pelo dentista. “Nós queremos que a criança veja a Odontologia como uma realidade agradável”, explica.

No fim do período na Clínica do Bebê – que dura entre três anos e três anos e meio –, a criança recebe um diploma que destaca a sua “participação brilhante” durante o tratamento. Em seguida, ela é encaminhada para a Clínica de Prevenção, que funciona no Departamento de Odontologia Infantil e Social da FO e atende crianças entre quatro e dez anos.

O trabalho desenvolvido pela Bebê Clínica também garante as condições para a realização de várias pesquisas, de graduação e pós-graduação: as atividades da equipe já deram origem a duas dissertações de mestrado e outras duas estão em andamento. “Temos trabalhos publicados até mesmo em periódicos do Exterior”, afirma Rosangela.

Cunha assinala que tem ministrado palestras em várias cidades do Estado, para pais e profissionais interessados em montar clínicas com as características da que funciona na FO. “Nosso campus é, hoje, uma referência nacional em Odontopediatria, na área de bebês”, assinala.

Mais informações podem ser obtidas no site www.unesp.br

V.C.