Educação: Uma Cidade dentro da Febem

Quantidade de internos e visitantes da unidade Tatuapé suplantam o número de habitantes de algumas cidades do Interior

sex, 23/01/2004 - 10h47 | Do Portal do Governo

Alamedas arborizadas, escola para 500 adolescentes, posto médico, teatro com 400 lugares, biblioteca com 2 mil livros, padaria, loja, piscina, quadras, campo de futebol, academia, estúdio fotográfico, emissora de rádio.

Essa poderia ser a descrição de uma cidade qualquer do interior paulista, mas se trata do maior complexo da Febem, no bairro do Tatuapé.

Com mais ‘habitantes’ que municípios como Alvilândia, Borá, Dolcinópolis, Flora Rica, São João de Iracema ou Santa Salete, o Complexo deixa evidente a sua grandiosidade nos números: 230 mil m2 abrigam 17 unidades de internação, com 1.560 adolescentes e 1.300 funcionários.

Por dia são servidas nove mil refeições e circulam semanalmente por suas ruas uma média de 400 veículos.

Nos finais de semana, quando acontecem as visitas, o Tatuapé aumenta o número da população: são cerca de 1.500 visitantes. Só em 2003, deram entrada no Complexo 2.800 jovens e outros 1.600 foram desinternados.

Todas as unidades do complexo oferecem ensino fundamental e médio, em salas de aula, além de atividades profissionalizantes, culturais e esportivas.

Os jovens podem escolher entre atividades como artes plásticas, biscuit, digitação, educação ambiental, elétrica residencial, fotografia, informática, mecânica, pintura automotiva, manutenção de microcomputador, panificação, confeitaria, serigrafia, arraiolo, artesanato, tapeçaria, acabamento em móveis, pirogravura, cartonagem, encadernação, fábrica de bolas, pintura em vidro, capoeira, oficina de percussão, cavaco, teclado, violão, arte circense, canto coral, dança de rua, teatro, orquestra, produção de vídeo, confecção de berimbau, atletismo, basquete, boxe, cama elástica, ciclismo, futebol de campo, futebol de salão, futebol society, ginástica, ginástica acrobática, handebol, musculação, pebolim, skate, tênis de mesa, tênis de quadra, voleibol e xadrez.

O Complexo também tem uma escola profissionalizante e uma escola de ensino formal.

A Escola Profissionalizante Marina Vieira de Carvalho Mesquita oferece em suas dependências 31 oficinas, além de coordenar as atividades profissionalizantes realizadas dentro de cada unidade.

Já a Escola Oficina Rosmay Kara José é a responsável pelo ensino fundamental e médio.

Recebe em suas dependências, os jovens das unidades que não têm salas de aula. Dentro do Complexo também funcionam a Divisão de Saúde,Divisão de Segurança, manutenção, lavanderia e cozinha industrial que atendem grande parte das unidades do Estado.

Prefeito

No comando desta superestrutura desde abril de 2003, está o diretor de divisão, Celso Vieira.

Formado em administração de empresas, com especialização em recursos humanos, o ‘prefeito’ do Tatuapé, como é carinhosamente chamado, implantou um estilo diferente de gerenciamento, valorizando a formação de equipes e treinamento dos funcionários.

‘Respeitando as características de cada unidade e seguindo um padrão, dei autonomia para que os diretores pudessem trabalhar de acordo com as suas necessidades.

Esse foi um dos pontos principais para que as unidades funcionassem de maneira tranqüila durante o ano’, explica.

Outro fator importante é que o diretor do Complexo começou, há quinze anos, como funcionário de pátio.

‘Essa experiência do monitor que virou diretor de divisão faz com que os funcionários se sintam mais próximos e o entrosamento com a área técnica é muito maior’, conclui Vieira.

História

Em 1902, com o projeto de criação de um instituto disciplinar para jovens infratores, do chefe de polícia de São Paulo, Cardoso de Almeida, o Governo do Estado desapropriou a chácara do Belém e inaugurou a Escola Correcional. A idéia era que lá fossem recolhidos jovens abandonados e pequenos criminosos, que até então ficavam em cadeias com adultos.

O primeiro interno chegou à escola em 23 de fevereiro de 1902.

SP 450 anos

A ‘cidade’ da Febem também irá comemorar os 450 anos da capital paulista, com o 5º Encontro de Dança de Rua, no dia 25 de janeiro, às 11 horas.

São cerca de 300 adolescentes que participam da oficina de Dança de Rua, promovida em várias unidades do Estado pelo Ballet Stagium. Ao final do evento, os participantes cantam parabéns para a cidade com um bolo feito pelos próprios adolescentes do Tatuapé.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Educação

V.C.