Nesta quarta-feira, dia 3, todos os alunos da 1ª a 8ª série do Ensino Fundamental e da 1ª a 3ª série do Ensino Médio da rede pública estadual serão avaliados através do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp).
A novidade desta sétima edição do Saresp, que já se transformou em um modelo de referência de avaliação em todo o Brasil, é que esta é a primeira vez na história do ensino público do País em que a avaliação terá total abrangência. As demais avaliações geralmente são por amostragem e não permitem uma análise global do ensino.
Os alunos serão avaliados com provas de Leitura e Escrita – base para a construção de todos os conhecimentos – aprofundando as questões dessas habilidades. ‘ A Leitura e Escrita são fundamentais para o entendimento e desenvolvimento das demais habilidades’, afirma o Secretário de Educação, professor Gabriel Chalita.
Benefícios da avaliação
Desde o ano de sua implantação, em 1996, até 2000, o sistema avaliava anualmente apenas duas séries (do Ensino Fundamental ou Médio). Em 2001 e 2002, foram avaliadas as séries de final de ciclo de 4ª e 8ª série do Ensino Fundamental.
A aplicação do Saresp em todo o Ensino Básico permitirá uma visão de conjunto do desempenho dos alunos série a série, das escolas e dos professores. Este sistema de avaliação não se constitui em um exame punitivo ou de reprovação. Ao contrário, tem como objetivo enriquecer todo o processo pedagógico oferecendo indicadores quantitativos e qualitativos importantes para direcionar as ações, projetos e investimentos da Secretaria da Educação, como também reformular a proposta pedagógica de cada unidade escolar e do trabalho docente na sala de aula, bem como os processos de capacitação destes profissionais. ‘Teremos a fotografia total do ensino por região, por cidade e por aluno. Vamos avaliar a nossa atuação.’ – planeja o Secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita.
O Saresp possibilitará identificar ainda possíveis dificuldades na rede de ensino, o que permitirá a adoção de medidas de correção e de aperfeiçoamento dos projetos pedagógicos desenvolvidos pelas Diretorias de Ensino e escolas.
Juntamente com os demais instrumentos de avaliação que os professores aplicam durante o ano, o Saresp oferecerá os dados necessários para a análise do encaminhamento dos alunos aos grupos ou classes mais adequados para a continuidade de seus estudos, ou para outras situações de aprendizagem como a recuperação paralela a ser estruturada no início do ano letivo.
Tais alterações no Saresp tem como objetivo a melhoria constante do ensino público da rede estadual de São Paulo, que já se destaca em pesquisas realizadas por entidades governamentais, como as efetuadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Aplicação do Exame
As provas do Saresp, que pela primeira vez serão formuladas pela Fundação Carlos Chagas, serão aplicadas nos períodos de aulas dos alunos – manhã, tarde e noite. Além dos 4,9 milhões de alunos (3,2 milhões do Ensino Fundamental e 1,7 milhão do Ensino Médio) que realizarão as provas nas 5.193 escolas estaduais, o processo também envolverá os professores das escolas, que atuarão como aplicadores, fortalecendo, portanto, uma cultura de avaliação na rede estadual.
A correção das redações será realizada pelos professores de Língua Portuguesa, enquanto as questões objetivas da prova serão processadas pela Fundação Carlos Chagas. As provas de 1ª e 2ª série do Ensino Fundamental serão corrigidas pelos professores participantes do projeto Letra e Vida. Ao todo, mais de 135 mil profissionais da educação estarão envolvidos na avaliação.
Também participarão do processo mais de 45 mil pais de alunos, representantes das Associações de Pais e Mestres (APMs), que atuarão como observadores e analisadores da aplicação, envolvendo, dessa forma, toda a comunidade escolar. Os resultados deverão ser divulgados em janeiro de 2004.
