A Secretaria de Estado da Educação venceu o VI Prêmio do Congresso Nacional de Informática Pública (Conip), com a Rede do Saber, realizada pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) em parceria com a Fundação Carlos Alberto Vanzolini, da Politécnica da USP. Concorreu na modalidade Iniciativas de Sucesso, categoria Excelência em Cidadania. Os outros dois finalistas foram Imprensa Oficial do Estado, com o CD ROM Dicionário de Libras Ilustrado, e Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (RS), com o programa Telecentros.
A técnica da Fundação Vanzolini, Débora Trevizan, informa que a Rede do Saber foi criada oficialmente em maio deste ano. É um prolongamento do Programa de Educação Continuada (PEC), da Secretaria de Educação, que proporcionou, por ensino a distância, formação universitária a 6,2 mil professores de primeira a quarta séries da rede estadual, no ano passado.
Débora conta que a estrutura tecnológica montada para O PEC foi aproveitada para desenvolver a Rede Saber. “Na época do PEC, eram 34 diretorias de ensino interligadas, hoje são as 89 do Estado.” Expandida, a rede oferece cursos de capacitação para professores e funcionários da secretaria e reuniões e comunicados por videoconferência.
Inscrições no site
A rede tem capacidade para atender até 12 mil pessoas por dia. “Nosso objetivo principal é manter atualizados e capacitados os 300 mil profissionais da Educação no Estado”, confirma Débora. A Central de Operações está localizada em Perdizes, São Paulo, onde ela e demais funcionários da FDE trabalham na gestão da rede.
Para saber o local onde usar os serviços, o usuário deve procurar no site www.rededosaber.sp.gov.br. “Geralmente, quando o interessado se inscreve em algum curso disponível no momento, o endereço lhe é fornecido”, explica Débora. A rede pode ser usada também por outras secretarias de Estado, desde que autorizada previamente.
Para surdos
O CD ROM da Imprensa Oficial foi realizado pela artista plástica Flávia Brandão, assistente da diretoria da empresa. Ela teve a idéia quando trabalhava com surdos na Estação Especial da Lapa, vinculada ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo. “Compreendi que muitos deficientes auditivos, principalmente de baixa renda, eram analfabetos, nada sabiam da língua portuguesa e formavam comunidades isoladas. Não adiantava escrever para eles lerem.”
O disco contém 43.606 verbetes (substantivos, adjetivos e algumas conjugações verbais), 3.340 imagens (de figuras ou idéias) e 3.585 vídeos de uma pessoa “falando” ao surdo por meio da linguagem brasileira de sinais (libras). Tudo isto ao mesmo tempo na tela do micro. A mímica com mãos e dedos foi feita pela intérprete Denise Serio. “Mesmo não alfabetizado, o usuário tem condições de assimilar o sentido de uma palavra pelas letras, desenho ou sinal por libras”, diz Flávia. Os verbetes são divididos em 66 categorias, como profissões, flores, eletrodomésticos.
São gratuitos
Na primeira edição, foram produzidas 10 mil unidades, das quais 8 mil já distribuídas. Interessados em receber gratuitamente o CD podem entrar em contato pelo endereço eletrônico libras@sp.gov.br. O projeto contou com apoio também do Fussesp e da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp).
Embora tenha sido a sexta edição do prêmio, o Conip é realizado há nove anos. É uma iniciativa do Instituto de Desenvolvimento de Eventos da Tecnologia da Informação (Ideti), instituição da iniciativa privada. Este ano, o prêmio recebeu inscrição de 197 trabalhos de áreas governamentais do País. São três modalidades: Projetos, Iniciativas de Sucesso e Monografias. As duas primeiras, divididas em duas categorias.
Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
