Educação: Projeto temático da USP discute educação indígena

Reunindo vários artigos de especialistas do Mari, os livros são produto de um ambicioso temático iniciado em 1995 e financiado pela FAPESP

qua, 23/10/2002 - 20h11 | Do Portal do Governo

No princípio era o verbo, mas não foi fácil entendê-lo. ‘Eu ficava com o ouvido aplicado na boca do bárbaro sem poder distinguir sílabas ou perceber vogais ou consoantes’, escreveu o padre Vieira sobre a sua dificuldade em entender os índios.

Nascia o pecado original da educação indígena: ensiná-los a falar português, afastando-os da sua cultura e negando o diálogo entre as diversidades. No epicentro estava a escola. ‘A instituição da educação foi fundamental na configuração dos índios brasileiros, pois da catequese ao positivismo, sempre se quis assimilá-los ao Estado’, explica Lux Vidal.

A antropóloga é um dos mais de 20 pesquisadores do Mari (Grupo de Educação Indígena da USP), criado em 1995 para pensar formas de educação que promovam o diálogo interétnico entre índios e não-índios. Mas, para eles, o verbo não bastava. ‘Sempre houve um lapso entre prática e teoria antropológica para pensar essa questão, fazer avançar a área e dar um retorno aos índios dos resultados de nossos estudos’, conta Lux. O resultado desse desejo de prática são os quatro volumes recém-lançados da série Antropologia e Educação .

Antropologia, História e Educação (organizado por Aracy Lopes da Silva e Mariana Kawall Leal Ferreira), Práticas Pedagógicas na Escola Indígena (mesma organização), Crianças Indígenas: Ensaios Antropológicos (de Aracy Lopes, Ana Vera Lopes Macedo e Ângela Nunes) e Idéias Matemáticas de Povos Culturalmente Distintos (organizado por Mariana Ferreira) acabam de ser lançados pela Editora Global, com apoio da FAPESP.

Reunindo vários artigos de especialistas do Mari, os livros são produto de um ambicioso temático iniciado em 1995 e financiado pela FAPESP, Antropologia, História e Educação: A Questão Indígena e a Escola .

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