Educação: Projeto Escola da Família incentiva atividades artísticas entre os jovens

Iniciativa revela novos talentos, contribui para a formação dos alunos e promove uma integração

qui, 25/09/2003 - 11h06 | Do Portal do Governo

A Secretaria Estadual da Educação mantém nas escolas da rede pública o Projeto Escola da Família, que incentiva a promoção de atividades culturais e artísticas nos estabelecimentos de ensino público. A iniciativa revela novos talentos, contribui para a formação dos alunos e promove uma integração maior entre estudantes, funcionários e professores.

Fábio Paiva, aluno da Escola Estadual Dr. Joaquim Salvador, de Guarulhos, uniu-se com outros 18 colegas e criou o grupo Phoenix de dança contemporânea. Estudantes do período noturno e empregados durante o dia, a equipe conseguiu autorização da direção da escola para ensaiar 40 minutos diários no horário das aulas. Em troca, fazem trabalhos escolares com colegas que não dançam, para adquirir o conteúdo perdido.

No show, eles coreografam a música “Amendo”, da banda “Era”. É uma história criadas pelos alunos a partir da mitologia greco-romana, na qual Hades, rei do Inferno, trama contra Gaia, deusa protetora da Terra. O soberano é traído por seu exército, mas Gaia não resiste e morre. No inferno, como vingança, ela conquista o coração do terrível deus.

Regina Stravini, professora de matemática, relata que “o grupo é fruto da filosofia da escola, segundo a qual os alunos são estimulados a usar a criatividade, desenvolver seus próprios talentos e a delegar atividades, trabalhando em equipe”, conta.

Maculelê

Da união da capoeira, trabalho voluntário, tradição afro-indígena e interesse dos professores nasceu o projeto “A Dança do Maculelê”, da Escola Estadual Antônio Francisco Redondo, da Capital. João Ricardo Patriota, ex-aluno da unidade, ministrava aulas de capoeira durante os fins de semana na escola, desde 2000, para estudantes do ensino médio.

Ele recebeu o apoio dos professores Angelina Leite de Azevedo e João Gazeta e o trio resgatou uma dança originária do interior da Bahia, o Maculelê, comum em festas populares, apresentações de capoeira e na comemoração do dia de Nossa Senhora da Purificação (2 de fevereiro). Os alunos se pintam como guerreiros, vestem saias de sisal e dançam em roda batendo grimas (bastões) ao som de atabaques.

A tradição conta que numa aldeia do reino de Iorubá, certa vez, os guerreiros saíram para caçar, ficando apenas alguns homens, idosos, mulheres e crianças. Uma tribo inimiga aproveitou a ocasião para atacar o povoado. Um índio chamado Maculelê liderou a resistência dos poucos homens que estavam presentes.

Armados de bastões de madeira, enfrentaram e expulsaram os invasores. Quando os guerreiros da tribo voltaram, promoveram uma festa para comemorar a vitória. Maculelê e os outros dançaram mostrando como haviam vencido seus inimigos. Até hoje a dança é celebrada como uma homenagem à coragem dos índios.

Outra corrente diz que os negros escravos dançavam o Maculelê quando iam para as plantações e que, como a capoeira, essa era uma forma de treinarem suas lutas sem serem descobertos pelos capatazes.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual da Educação
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)