Educação: Projeto de escola estadual ajuda mães que não têm onde deixar os filhos a voltar para os e

Crianças são cuidadas por monitoras voluntárias do Escola da Família

qui, 28/07/2005 - 13h52 | Do Portal do Governo

A empregada doméstica Fabíola Rodrigues Teófilo, de 26 anos, sempre quis estudar. O sonho se tornou realidade com a ajuda do Projeto “Aluna Mamãe: Volte para a Escola” , desenvolvido na Escola Estadual Profª Yolanda Araújo Silva Paiva, em Cananéia, no Vale do Ribeira.

“Esta é uma grande idéia. Graças ao projeto eu pude chegar à escola”, comemora Fabíola. A idéia é simples. Enquanto os alunos da EJA – Educação de Jovens e Adultos – assistem às aulas noturnas, 15 alunas do ensino médio que estudam durante o dia tomam conta das crianças, com idades entre 2 e 6 anos.

Para acomodá-las melhor, uma sala de aula foi transformada em sala-creche. As comidinhas são trazidas de casa pelos pais das crianças, e as fraldas vêm da parceria com farmácias da cidade. E o trabalho das alunas monitoras, que torna o programa possível, é inteiramente voluntário.

O comerciante Reinaldo Tsutsui, de 30 anos, é pai solteiro. Não tinha com quem deixar a pequena Gabriela , de 2 anos, para estudar à noite. Agora, pode voltar à sala de aula. “Se não fosse a ajuda das monitoras, eu não estaria aqui”, diz Reinaldo.

A chance de voltar aos bancos escolares não chegou apenas para pais e filhos. A desempregada Sonia Perez, de 45 anos, sempre quis retomar os estudos, mas não podia porque precisava ficar com a neta. “Eu tomava conta da minha neta para minha filha poder estudar. Agora posso estudar também.”

Já o entregador de gás Nilton de Paula Júnior, de 18 anos, e a mulher, Karina Bhetti do Vale, de 17 anos, são exemplo de família que vai à escola unida. Enquanto eles aprendem, o filho Igor, de 3 anos, se diverte com as monitoras na sala-creche. “Durante a aula, ficamos tranqüilos. Sabemos que nosso filho está sendo bem cuidado.”

“A experiência tem sido maravilhosa, e está diminuindo o índice de evasão escolar”, afirma a Silvia Ramalho Navarro, assistente técnico-pedagógica de arte. A professora acredita que o projeto pode servir como exemplo para outras escolas.

A professora de arte Maria Rita Basso, que idealizou o projeto, vai além. “Nosso sonho agora é ter um espaço próprio para as crianças com banheiro feito para o tamanho delas e um cantinho para a troca de fraldas”.

O programa atende ainda à comunidade do bairro, além das mães que estudam à noite. As monitoras voluntárias também trabalham aos sábados e domingos para tomar conta das crianças enquanto as mães participam das oficinas oferecidas na escola dentro do Programa Escola da Família – que abre as escolas estaduais à comunidade nos finais de semana, promovendo atividades de lazer, esporte, cultura e educação para a geração de renda.

Os freqüentadores do Escola da Família tor cem para que o espaço das crianças cresça e mais monitoras se incorporem ao trabalho. “É o resgate da auto-estima para os pais, alunos e para as próprias crianças”, diz a assistente Silvia Ramalho Navarro.

Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual da Educação

F.C.