A Secretaria de Estado da Educação lança na próxima quinta-feira, dia 5, um programa inédito que deverá alfabetizar, num prazo de quatro anos, cerca de 700 mil adultos com idade mínima de 15 anos. Até o momento, a iniciativa tem o apoio de 106 instituições de ensino superior particulares, que se encarregarão de proporcionar toda a infra-estrutura para o sucesso dessa tarefa, tanto do ponto de vista físico como de recursos humanos em suas respectivas unidades de ensino.
A cerimônia de lançamento, com a participação do secretário da Educação Gabriel Chalita, ocorrerá no Centro Universitário Adventista, localizado na zona sul da Capital (veja endereço abaixo). Na ocasião, será firmado termo de parceria entre a Secretaria e o Sindicato das Entidades Mantenedoras dos Estabelecimentos de Ensino Superior em São Paulo (Semesp) para implementação do Programa de Alfabetização e Inclusão — PAI. Foi do Semesp que partiu a iniciativa de associação com o Estado, em favor dos analfabetos daquela faixa etária.
De acordo com as estatísticas oficiais, dos 28,3 milhões de habitantes do Estado de São Paulo, cerca de 1,7 milhão formam o contingente de analfabetos acima dos 15 anos de idade. Do total, eles representam 6% em média, mas este percentual se eleva até a 40% nos núcleos populacionais assentados nas periferias, como os existentes nas zonas Leste e Sul da Capital paulista ou no entorno de alguns grandes municípios do Estado.
No contato mantido em novembro do ano passado, entre Alckmin e dirigentes do Semesp, esta entidade informou sobre a disposição de seus filiados em firmar parcerias com a Secretaria da Educação, tanto para atender necessidades de formação de seus alunos como para atuar numa linha de solidariedade visando à melhor inclusão social de contingentes de analfabetos.
Curso básico
Dos entendimentos com a Secretaria da Educação decidiu-se pela formatação de um curso básico de português e matemática, com no mínimo 200 horas de aulas, a serem dadas nos fins de semana ou em dias úteis, de acordo com a melhor conveniência das escolas e dos alunos, em todo o Estado. A Secretaria fará o acompanhamento dos cursos nas universidades e subsidiará as instituições passando-lhes orientação adequada através dos assistentes técnicos pedagógicos, baseados nas suas Diretorias Regionais de ensino
A partir do segundo semestre deste ano pretende-se mobilizar pelo menos 2 mil universitários, que desempenharão suas atividades em mil salas disponíveis nas universidades e faculdades, que articularão em suas áreas o recrutamento dos analfabetos. Estes números poderão crescer face ao esperado maior volume de parcerias entre a Secretaria da Educação e as instituições de ensino superior.
Organizações empresariais de outro tipo também poderão aderir ao PAI, ao colocar à disposição das faculdades e da Secretaria espaços nos quais exista a possibilidade de se instalar mais classes de alfabetização. Isto será de extrema importância não apenas na Grande São Paulo, mas ainda em muitos municípios do Interior, que ficam distanciados das sedes dos estabelecimentos de ensino superior. Desta forma pretende-se alcançar o universo de 700 mil analfabetos.
Como material didático, os alunos receberão gratuitamente o livro intitulado ‘Viver, Aprender’, mas os instrutores abordarão, na transferência de ensinamento, também temas relacionados ao meio em que os analfabetos vivem. Desta forma, pretende-se que eles mesmos descubram o melhor caminho para superar seus problemas em busca de ascensão social.
Preferencialmente, os monitores serão graduandos dos cursos de formação de professores, supervisionados por docentes de suas respectivas áreas, com o propósito de se garantir a melhor orientação e supervisão nos trabalhos de alfabetização. Tal como os alfabetizandos, os monitores receberão material de apoio, o que lhes permitirá o desenvolvimento de uma prática pedagógica de qualidade.
Data: Quinta-feira, 5 de junho de 2003
Horário: 11 horas
Local: Centro Universitário Adventista
Estrada de Itapecerica da Serra, nº 5.859, Jardim Iaê – Zona Sul da Capital
(LRK)
