Educação: Grandes nomes da Educação discutem o ensino da leitura

Seminário internacional traz alternativas para incentivar o gosto pela leitura

qua, 16/03/2005 - 18h36 | Do Portal do Governo

A maior dificuldade que os educadores enfrentam para superar a barreira do desinteresse pela leitura está em lidar com crianças que tiveram pouco contato com a escrita e a leitura antes de entrarem na escola. A constatação deste, que é um dos problemas mais sérios para a qualidade de ensino, está levando quase 2.000 educadores paulistas, hoje e amanhã, a se reunirem no Clube Juventus, na capital Paulista, para debater formas de atuar nas escolas para valorizar, estimular e até resgatar atividades relacionadas com a leitura.
A professora Delia Lerner, do curso de Letras da Universidade de Buenos Aires, especialista em Didática da Leitura e Escrita, abre o segundo dia do Seminário Internacional Leitura e Escrita, nesta quinta-feira, às 9 horas. O evento é organizado pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.

Aprendizado eficiente deve ter base real

Emilia Ferreiro foi a palestrante mais aplaudida no primeiro dia do seminário (16/03), falando sobre o tema ‘Alfabetização, letramento e construção das unidades lingüísticas’ para centenas de professores e ATPs (Assistentes Técnico-Pedagógicos) da rede estadual de ensino. Emília Ferreiro, psicóloga e pesquisadora argentina radicada no México, foi aluna de Jean Piaget durante seu doutorado na Universidade de Genebra e é autora da teoria da psicogênese do sistema de escrita.
Segundo ela, o construtivismo virou grife em várias escolas, porém estaria sendo, muitas vezes, mal aplicado. O importante, para ela, é que o aluno tenha a possibilidade de fazer um aprendizado eficiente. Emilia relata que antes de suas pesquisas, ‘a criança era vista como um ser completamente maleável aos métodos de ensino, mas quando não aprendia quanto – ou quando – se era esperado, acreditava-se que o culpado fosse o próprio aluno, sua família ou mesmo sua origem social’. Com a psicogênese da escrita, o aluno sai de passivo para a função de protagonista do próprio conhecimento, os chamados fatores negativos não são mais impedimentos, pois todos podem aprender. O fundamental é aceitar e valorizar o repertório que cada criança traz consigo.
‘Não basta que o professor compreenda o que o aluno escreveu, é preciso levá-lo a refletir e comparar sua produção com os colegas’, continua Emília, para assim inseri-lo num mundo em que ele já está mergulhado desde o berço, o mundo da escrita. ‘O mestre que socializa as experiências de cada aluno com a turma alcança resultados maravilhosos’, conclui.

Para esta quinta-feira:

Outra palestra programada para amanhã, às 16h30, é da doutora em Psicologia da Aprendizagem da USP, Telma Weisz, que atua como consultora do MEC para projetos de formação de professores. Lidera a coordenação do Projeto Letra e Vida.

SERVIÇO
Seminário Internacional de Leitura e Escrita
Data: De 15 a 17 de março de 2005
Horários: Dias 16 e 17 – das 9h às 19h
Local: Clube Juventus
Rua Juventus, 690 – Mooca

Assessoria de Imprensa da Secretaria da Educação

F.C.