Num bate-papo descontraído, alunos de Geologia expõem aos estudantes do ensino médio um pouco da faculdade e da profissão. Assim funciona o “Profissão: geólogo”, projeto da empresa júnior de Geologia da Universidade de São Paulo (USP). As apresentações duram cerca de 20 minutos e abordam aspectos práticos, procurando mostrar que a importância da geologia no cotidiano.
As pessoas não sabem o que faz um geólogo, diz Juliane Tamura, coordenadora do projeto. Algumas áreas são mais conhecidas, como a mineração e a extração de petróleo. “O geólogo é responsável tanto pela descoberta de jazidas como por escolher a melhor forma de explorá-las”, explica Juliane. Outros aspectos de profissão, como a geologia de engenharia (relação da geologia com meio ambiente em grandes obras), acabam sendo esquecidos.
Cinqüenta escolas particulares e alguns cursinhos pré-vestibular foram visitados desde abril. Inicialmente previsto para terminar em julho, o projeto acabou se estendendo ao segundo semestre, já que a maior parte das feiras de profissões acontecem mais perto do vestibular. Em sua segunda fase a partir de outubro, sob a coordenação de Fabrício Mirandola, o projeto vai a escolas estaduais. A idéia, segundo Juliane, é torná-lo permanente.
O mercado de trabalho é promissor. O geólogo encontra emprego com facilidade e é bem pago. A pouca divulgação da Geologia parece explicar a baixa concorrência da carreira na Fuvest. Neste ano, foram 7,96 candidatos para cada vaga (50, no total). No ano passado, a nota de corte foi 76 pontos, uma das menores.
O projeto tem o apoio do diretor do Instituto, Wilson Teixeira. Os alunos não recebem pelo trabalho, mas têm os gastos cobertos pelo IGc. A Geojúnior foi reaberta no início de 2002, após permanecer fechada por dois anos. Sem verba nem estrutura, os alunos encontraram no “Profissão: geólogo” uma maneira de mobilizar as pessoas.
Da Agência de Notícias da USP
V.C.
