Artigo da Fatec
Profª. Eliana Magrini Fochi
O turismo é, hoje, a maior indústria mundial, movimentando cifras de trilhões de dólares. Enquanto a crise de empregabilidade noutros setores alimenta as teses de economistas e especialistas em mercado de trabalho, o ramo de turismo mostra perspectivas das mais otimistas, colocando-se como o maior gerador de empregos da atualidade.
Alardeiam-se números promissores para o setor no Brasil: prevê-se a criação de meio milhão de empregos diretos e indiretos até 2004. Efetivamente, os investimentos no turismo, em todo o mundo, fazem crer esse é um dos maiores negócios da atualidade, capaz de movimentar um contingente de viajantes estimado, até 2002, em R$ 2,2 bilhões.
Lazer, negócios, ciência & tecno-logia, conhecimento histórico, convívio com a natureza ou com o exótico, enfim, a mais variada gama de interesses move as massas de turistas no mundo todo e alimenta essa riquíssima indústria, que pode ostentar, mesmo em tempos de crise e em países com problemas de empregabilidade, a condição invejável de setor que cria vagas no mercado de trabalho e reclama pessoal. Mas pessoal qualificado, entenda-se.
Se, por um lado, o Brasil alimentou seu empreendimento turístico com fatores só por si convidativos (como clima, belezas naturais, espetáculos folclóricos, carnaval, exotismo, cordialidade etc.), por outro, vem absorvendo novas modalidades de turismo que encontram, nos fatores acima referidos, as condições de base para desenvolver-se, como é o caso do turismo de negócios.
A realidade da expansão hoteleira em São Paulo (e em todo o Brasil) é visível, até aos que circulam pelas ruas da cidade, “sem olhos de ver hotéis”. Empreendimentos como os do grupo Blue Tree, instalando uma rede de 100 hotéis no Brasil e em países vizinhos representam investimentos acima de 700 milhões de reais, num investimento que passa a contar com a parceria de fundos de pensão (como o Funcef). Os prognósticos para esse ramo incluem a participação de fortes capitais estrangeiros interessados em investir no Brasil, entre os quais citam-se grupos como o norte-americano Choice, a rede Ibis (do grupo francês Accor), a Country Inn, a Howard Johnson e a Days Inn.
A par dos empreendimentos voltados para o turismo de negócios (especialmente nas cidades de grande e médio porte) e para o turismo de lazer, das belezas nativas, nascem novos interesses, para o chamado turismo ecológico e para o turismo rural. Passa, assim, a compor a atividade turística, um componente que excede o pitoresco e o exótico da natureza pródiga e se detém em aspectos que valorizam, no primeiro caso, a reprogramação de valores do turista diante da natureza e seus “produtos”, e o campo e sua produção, no segundo caso. Com esses novos objetos do turismo, crescem as atividades (e a empregabilidade) também em direção ao interior dos estados.
Atentas ao que possa atender à demanda do mercado de trabalho, muitas instituições de ensino cuidaram de incluir, no rol de seus cursos, os de Turismo. Nossa instituição certamente detém condições de acrescentar o curso de Tecnologia em Turismo e Hospitalidade à lista dos cursos gratuitos de excelência que já oferece à comunidade.
O projeto pedagógico desse curso foi elaborado com base em estudos de que participou pessoal diretamente ligado a empreendimentos turísticos. Foi traçado o perfil profissiográfico desse tecnólogo, definindo-se competências e habilidades em duas ênfases, a saber, Planejamento e Gestão de Recursos e Empreendimentos Turísticos (contemplando as áreas de conhecimento de turismo sustentável e planejamento e administração de empreendimentos turísticos) e Organização e Administração de Eventos (contemplando as áreas de conhecimento de turismo receptivo em eventos e agenciamento de viagens e turismo de negócios). Trata-se de ênfases em que se reconhecem claramente as poten-cialidades do mercado para a empregabilidade dos profissionais formados.
A duração proposta é de 2800 horas, com ministração em 4 anos. Prevê-se estágio profissionalizante obrigatório e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de caráter eminentemente prático.
O projeto já conta com aprovação da Congregação da Faculdade e tramita pelas instâncias do Centro Paula Souza. A meta da Fatec-SP oferecer o curso no primeiro semestre de 2004. E é para isso que todos estamos trabalhando.
Mais informações podem ser obtidas no site www.fatecsp.br
V.C.
