Educação: Escolas promovem atividades para discutir os 115 anos da abolição dos escravos

Movimento negro e entidades ligadas ao assunto também promovem debates e reflexão sobre o assunto

sáb, 10/05/2003 - 12h10 | Do Portal do Governo

Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a mais curta lei da história da humanidade abolindo a escravidão no Brasil. Milhares de pessoas, portando flores e bandeiras, saíram às ruas para mostrar o contentamento com a libertação dos escravos, numa festa que durou cinco dias. Atualmente, em vez de festejos como esse, escolas, movimento negro e entidades ligadas ao assunto promovem debates e reflexão sobre a condição do negro e sua integração à sociedade.

Em comemoração aos 115 anos da libertação, alunos da Escola Estadual Paulino Nunes soltarão a voz no coral, entoando trechos do poema Navio Negreiro, de Castro Alves. Os versos abolicionistas do poeta baiano, morto aos 24 anos, comoviam vastos setores da população na época em que foram escritos e até hoje são fonte de inspiração. Um dos mais conhecidos: ‘A praça ! A praça é do povo / Como o céu é do condor.’

Já a Escola Estadual Jorge Saraiva vai promover recital de poesia, teatro e trabalhos para falar da importância do negro na sociedade e despertar a consciência sobre o processo histórico da escravidão. As atividades são baseadas no vídeo Consciência Negra, distribuído nas escolas estaduais pela secretaria da Educação.

O Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo vai lançar vídeo institucional e coletânea de leis sobre ações afirmativas no Palácio dos Bandeirantes em comemoração à libertação dos escravos e também ao 19º aniversário da instituição. Nesse dia, ainda, haverá a posse dos novos membros do conselho para a gestão 2003/2006.

Tradicionalmente, o Núcleo de Consciência Negra da USP promove festas e debates sobre a condição do negro. Fundado em 1987, o núcleo foi organizado para tratar da temática da questão racial, buscar a ampliação do espaço acadêmico e receber denúncias contra racismo. Hoje, além de ser centro de referência do tema negritude, organiza projetos educacionais e culturais, como cursinho pré-vestibular, aulas de capoeira, dança afro, teatro e hip-hop.