Participam do curso índios pertencentes às aldeias de Cananéia, Pariquera-Açu, Sete Barras, Itariri, Iguape, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe
Aulas foram iniciadas na E.E. Domingos de Souza, Jardim Santa Maria, no Guarujá.
Aulas foram iniciadas na E.E. Domingos de Souza, Jardim Santa Maria, no Guarujá
Um grupo de 20 índios, da etnia tupi-guarani, pertencentes às aldeias de Cananéia, Pariquera-Açu, Sete Barras, Itariri, Iguape, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe iniciou nesta segunda-feira, dia 12, o Curso de Formação de Professores Índios para Educação Infantil e Ciclo I (1ª a 4ª séries) do Ensino Fundamental, na E.E. Domingos de Souza, Jardim Santa Maria, no Guarujá. O curso faz parte dos programas desenvolvidos pelo Núcleo de Educação Indígena, vinculado à Secretaria Estadual de Educação.
A iniciativa visa melhorar a qualidade de atendimento aos alunos índios nas escolas criadas em reservas indígenas de São Paulo, valorizar a cultura de cada povo, além de perpetuar suas diversidades étnicas. De acordo com o professor da Faculdade de Educação da USP, Pérsio Nakamoto, o objetivo maior é realmente preservar a cultura indígena, tendo em vista que as aulas são ministradas por professores não índios, vinculados a rede oficial de ensino.
O curso tem uma metodologia própria e é dividido em duas etapas: básica e específica. A previsão é de que a capacitação se estenda até julho de 2003. Durante 12 dias consecutivos, incluindo finais de semana, em período integral, os índios estarão aprendendo a parte teórica na escola. Depois dessa maratona eles seguem para as aldeias para colocar o aprendizado em prática durante estágio supervisionado e assim sucessivamente.
Em outubro, os índios advindos do litoral sul e que compõem o pólo do Guarujá, passarão para a fase específica do curso, na qual aprenderão noções básicas de Antropologia, Sociologia entre outras matérias.
O aluno índio, Sebastião Jejuaka Fernandes acredita que com o magistério será possível oferecer uma formação melhor para as crianças da aldeia. Da mesma forma pensa a índia Fabíola dos Santos Cirino, que já alfabetiza crianças de 3 a 6 anos e gosta muito do que faz. ‘Quero aprender bastante para mais tarde poder passar o conhecimento para a minha aldeia e consequentemente ter um convívio melhor com os brancos’.
A carga horária do curso básico, que corresponde ao Ensino Fundamental, é de 2.220 horas. Já o curso específico, que se assemelha ao Ensino Médio, tem carga horária de 3.040 horas, somando as aulas ministradas em sala e o estágio nas aldeias. Os índios estão hospedados em um hotel na Praia da Enseada, no Guarujá. Ao término do curso eles farão parte do quadro do magistério estadual como professores de Educação Indígena.
Da Secretaria da Educação
