É o Projeto Escola de Tempo Integral, que vai atender preferencialmente alunos de regiões carentes e da periferia da capital
O governo do Estado lançou, por intermédio da Secretaria da Educação, o projeto Escola de Tempo Integral, que aumentará a jornada escolar para 9 horas diárias. A partir do próximo ano letivo, alunos da rede estadual, de 1a a 8a séries, permanecerão na escola das 7 às 16 horas. Atualmente, o tempo de permanência dos estudantes é de 5 a 6 horas por dia.
A meta é atender 170 escolas de ensino fundamental, localizadas preferencialmente em região de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e nas periferias de São Paulo.
Esses estabelecimentos de ensino terão de atender algumas especificações para participar do programa, como número de salas de aula e espaços físicos que deverão ser compatíveis com o número de alunos. Não serão construídos novos prédios. A previsão é que as unidades escolhidas passem por adaptação estrutural.
Segundo levantamento da secretaria, 140 unidades foram consideradas aptas a funcionar em período integral. Dependendo da realidade cultural, econômica e das necessidades das comunidades no entorno desses estabelecimentos, o projeto didático-pedagógico poderá assumir características diferenciadas de uma escola para outra. Haverá também necessidade de contratação de novos professores. A previsão é que o investimento no programa atinja entre R$ 18,2 milhões e R$ 21,1 milhões.
As unidades escolares da Região Metropolitana de São Paulo e do interior do Estado que estiverem interessadas em participar do programa poderão se inscrever nas respectivas Diretorias de Ensino, até o dia 20. A adesão é voluntária.
Programação diversificada – O currículo passou por mudanças significativas. O conteúdo foi enriquecido com disciplinas que abrangem técnicas orientais de relaxamento, ensino de ética para crianças e arte de conviver bem.
No período da manhã, os estudantes terão aulas de todas as disciplinas, incluindo educação física e artística. Para a tarde, haverá atividades artístico-culturais: dança, música, teatro e artes plásticas. Várias modalidades esportivas também terão espaço, dentre as quais atletismo, ginástica, xadrez e jogos cooperativos.
A rotina diária segue com orientação à pesquisa e aos estudos, resolução de problemas matemáticos, hora da leitura, informática, práticas em salas ambiente de ciências físicas e biológicas, aulas de educação ambiental e qualidade de vida, que incluem o lien ch’i (técnica de relaxamento e meditação chinesa e autoconhecimento corporal, baseada nas artes marciais).
A rotina diária incluirá língua estrangeira moderna, filosofia e atividades que estimulam o empreendedorismo e o protagonismo juvenil. Os alunos terão três refeições diárias: lanche pela manhã, almoço e lanche à tarde.
Cronograma do projeto
Até o dia 20 – Inscrições das unidades escolares interessadas no Escola de Tempo Integral.
Até o dia 29 – Análise das condições dos estabelecimentos inscritos pelas Diretorias de Ensino e Coordenadorias de Ensino. Divulgação das escolas nas quais o projeto será colocado em prática.
Até 6 de janeiro – Reunião da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP) com dirigentes de ensino, para viabilização dos projetos pedagógicos.
Votação sobre ensino médio noturno
Alunos do ensino médio noturno também poderão ter a carga horária ampliada. Desde o dia 12, as escolas estão votando, no site da Secretaria da Educação, a proposta de ampliação do horário e do número de aulas. Caso a proposta seja aprovada, os alunos passarão a ter cinco aulas de 45 minutos por dia, em substituição às quatro aulas de 50 minutos, no horário das 19 horas às 22h40. A jornada de estudo passaria então a ser das 19 às 23 horas, com 25 aulas semanais. A mudança levará a acréscimo de 167 horas no ano letivo.
A proposta foi autorizada pelo governo do Estado e custará aos cofres públicos aproximadamente R$ 100 milhões. Atualmente, 2.962 escolas abrem suas portas a cerca de 800 mil alunos que cursam o ensino médio noturno.
A votação está sendo realizada pela internet, no endereço www.educacao.sp.gov.br, e cada estabelecimento de ensino tem direito a um voto.
Secretaria de Estado da Educação
