Economia: Taxas de juros e empréstimo pessoal seguem estáveis em março

A pesquisa do Procon-SP foi realizada entre os dias 2 e 4 de março em dez instituições financeiras

qua, 17/03/2004 - 17h11 | Do Portal do Governo

A Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, realizou em dez instituições financeiras, entre os dias 2 e 4 de março, uma pesquisa de taxas de juros e cheque especial para pessoa física.

Os bancos pesquisados foram HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco. A partir deste mês o Banco de Crédito Nacional (BCN) não participará mais da pesquisa, tendo em vista sua absorção pelo Bradesco.

Os juros bancários mantêm seus valores, sem grandes variações nas taxas médias deste mês. Das dez instituições pesquisadas, nove mantiveram suas taxas de empréstimo pessoal e apenas o banco Itaú elevou os valores. No cheque especial, o mesmo aconteceu: nove bancos mantiveram suas taxas e um (Itaú) subiu a taxa.

O Procon-SP constatou um decréscimo de 0,02 pontos percentuais em relação ao mês de fevereiro para as taxas médias de empréstimo pessoal, que ficou em 5,33% ao mês. A taxa de cheque especial para o terceiro mês de 2004 ficou em 8,04% ao mês. Houve redução de 0,01 pontos percentuais em relação a fevereiro.

Considerando que existe a possibilidade de variação da taxa do empréstimo pessoal em função do prazo do contrato, foi estipulado o período de 12 meses, já que todos os bancos pesquisados trabalham com este prazo.

Vale lembrar que os dados coletados referem-se a taxas máximas pré-fixadas para clientes não preferenciais, sendo que para o cheque especial foi considerado o período de 30 dias.

Empréstimo Pessoal

A taxa média dos bancos pesquisados foi de 5,33% ao mês, inferior à do mês anterior, que foi de 5,35% ao mês, um decréscimo de 0,02 pontos percentuais.

Apesar do decréscimo na taxa média de empréstimo pessoal, não se verificou nenhuma queda nas taxas dos bancos. Ao contrário, constatou-se uma elevação na taxa do Itaú, que alterou de 5,57% para 5,67%, acréscimo de 0,10 pontos percentuais e uma variação positiva de 1,80% em relação à taxa de fevereiro de 2004. Nas demais instituições pesquisadas, não houve alterações.

Cheque Especial

A taxa média dos bancos pesquisados manteve-se em 8,04% ao mês. Dos dez bancos pesquisados, apenas o Itaú elevou sua taxa: de 8,22% para 8,29%, retomando a mesma taxa que praticava em janeiro de 2004. Essa elevação representa um acréscimo de 0,07 pontos percentuais e uma variação positiva de 0,85% em relação à taxa de fevereiro de 2004. As demais instituições pesquisadas mantiveram suas taxas.

A queda verificada na taxa média do empréstimo pessoal e a manutenção da taxa média do cheque especial em relação ao mês anterior, não podem ser tomadas como referência neste caso, pois se devem basicamente à retirada do Banco de Crédito Nacional (BCN) da amostra. As taxas praticadas pelo BCN sempre estiveram acima da média, especialmente na modalidade cheque especial, na qual apresentou-se como maior taxa na maioria dos meses de 2003. Isso explica a aparente incoerência entre a variação dos valores médios e o comportamento das taxas pesquisadas neste mês.

Na reunião de fevereiro o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 16,5% ao ano. O objetivo do Banco Central é atingir o centro da meta de inflação, 5,5% para 2004, e, por esse motivo, o BC sustenta que o recuo da taxa básica neste momento poderia trazer a ‘bolha’ de crescimento e inflação, resultando na diminuição do nível de investimento no país.

Portanto, mesmo com a diminuição dos juros básicos (que caíram dez pontos percentuais entre maio e dezembro de 2003), os juros reais continuam altíssimos. É verdade que as taxas praticadas pelos bancos declinaram nesse período, no entanto terão de cair mais para que o empréstimo seja uma opção razoável para o consumidor.

Da assessoria de imprensa da Secretaria da Justiça
C.A.