Mais de 25 mil denúncias, que resultaram na prisão de 938 criminosos em flagrante, 221 armas apreendidas, 14 fugas em massa evitadas, 32 mil ligações por mês. Este é o balanço apresentado nesta quarta-feira, dia 31, pelo Disque-Denúncia, programa criado por meio de convênio entre a Secretaria de Segurança Pública e o Instituto São Paulo Contra a Violência (SPVC), na Barra Funda, zona oeste da Capital. O programa comemora um ano de prestação de serviço, completado no último dia 25, com resultados expressivos.
Entre os 39 tipos de delitos, o que lidera o ranking de crimes denunciados é o tráfico de drogas, com 43% do total de denúncias, seguido de homicídio, com 1.959 registros, e roubo de veículos, com 839 casos. Na lista das cidades que fizeram mais denúncias, a Capital lidera com 17.587 registros, seguida por Guarulhos, com 838 casos e Osasco, com 421.
A preservação da identidade de quem denuncia é um dos grandes méritos do programa. “Uma das maiores queixas policiais era a falta de informação para apurar as investigações”, recorda-se o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Rui César Melo.
Durante a cerimônia foi exibido um vídeo com depoimento do governador Mário Covas, que esteve presente no lançamento do programa. O governador Geraldo Alckmin fez uma avaliação positiva nestes 12 meses de implantação do serviço. “Foram mais de 180 mil ligações telefônicas, quase mil criminosos presos, vidas que foram salvas e fugas evitadas. É um trabalho de absoluto sucesso que precisa ser expandido para outras regiões do Estado”, disse.
Alckmin também comunicou que a Imprensa Oficial do Estado vai imprimir cartazes com os telefones do Disque-Denúncia que serão distribuídos em repartições públicas e afixados em ônibus urbanos para que a população memorize os números.
O presidente do Instituto São Paulo Contra a Violência, Eduardo Capobianco, destacou que o Disque-Denúncia recebeu também dados importantes em casos de seqüestros como o de Patrícia Abravanel, filha do apresentador Sílvio Santos. “Uma psicóloga que conhecia o perfil do seqüestrador deu informações ao Disque-Denúncia que ajudaram a orientar as negociações e garantir o sucesso da operação”. O salto de denúncia para este tipo de delito aumentou após o caso que envolveu a filha do apresentador. Com a divulgação do número pela imprensa, os operadores de serviço começaram a receber informações sobre o caso, que depois de analisadas foram encaminhadas para a Delegacia Anti-Seqüestro. Do total de 25.428 informações recebidas pelo Disque-Denúncia, 236 foram sobre crimes de seqüestro, sendo 74 deles de seqüestro relâmpago.
Como funciona
O serviço, que recebe informações e denúncias sobre crimes e casos de violência, funciona 24 horas, todos os dias, inclusive nos feriados, por meio de ligações gratuitas pelo telefone 0800-156315, disponível para moradores da Grande São Paulo, e (0xx11) 6224-3040 para quem mora em outras cidades do Estado.
O telefone do Disque-Denúncia fica ligado a uma central de atendimento telefônico, onde profissionais de telemarketing atendem e encaminham os dados para a central de acompanhamento de denúncias. Nesta central trabalham policiais civis e militares que encaminham as denúncias recebidas aos setores adequados da polícia, para que sejam tomadas as providências necessárias.
Os telefones da central não ficam ligados a sistemas que permitam a identificação do usuário. Toda vez que uma denúncia é feita, o denunciante recebe uma senha como identificação e, por meio dessa senha, obtém informações sobre as providências adotadas no caso. Com a senha, o denunciante também pode complementar ou retificar as informações fornecidas anteriormente. Para dar maior veracidade à denúncia, os policiais recomendam às vítimas que registrem um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima.
Valéria Cintra