Dia da Polícia Militar com a Comunidade leva 10 mil pessoas ao Parque Ecológico do Tietê

Público pôde conhecer os serviços prestados por todos os segmentos da Polícia Militar

ter, 01/07/2003 - 11h42 | Do Portal do Governo

Claudeci Martins


Da Agência Imprensa Oficial

Mais de dez mil pessoas compareceram ao Centro de Lazer “Engenheiro Goulart” do Parque Ecológico Tietê, no domingo, para acompanhar as atividades promovidas no Dia da Polícia Militar com a Comunidade. O público teve a oportunidade de conhecer os serviços prestados por todos os segmentos da Polícia Militar. Pôde percorrer os estandes que demonstravam equipamentos utilizados pela PM e pelo Corpo de Bombeiros, participar dos eventos, esclarecer dúvidas e receber orientação sobre questões referentes à saúde.

“Nosso objetivo com esse evento é aproximar a comunidade da polícia e resgatar a credibilidade da instituição. Queremos mostrar a PM em momentos de paz de tranqüilidade – o cidadão está mais acostumado a ver a polícia em situação emergencial – e divulgar que prestamos serviços educacionais, culturais, esportivos e de lazer”, explica o comandante da PM, coronel Alberto Silveira Rodrigues.

“A idéia de desenvolver ações comunitárias para a população surgiu na comemoração da iniciativa de instalação do Policiamento Comunitário, em setembro de 2002”, lembra a diretora da Diretoria de Assuntos Comunitário (Damco), coronel Laudinéa Pessan de Oliveira. A criação do projeto se deu também, como ressalta o chefe de evento da Damco, Renato Pereira Rodrigues, pelo sucesso do estande institucional montado pela PM nas Festas do Peão de Barretos, interior do Estado.

“Há seis anos participamos das Festas de Peão, onde mostramos os equipamentos que usamos no dia-a-dia e divulgamos os serviços sociais que prestamos. É uma maneira de estreitar o relacionamento do policial com a comunidade. As pessoas que visitam o nosso estande têm curiosidade de entrar nas viaturas, no helicóptero, ligar sirenes e fazer perguntas sobre osequipamentos. Elas percebem que o policial não é um robô do Estado, é feito de carne e osso como todo mundo”, ressalta Rodrigues.

Essa é a quarta edição do encontro com a comunidade, que já ocorreu duas vezes no Parque da Água Branca e uma no Parque do Carmo. No primeiro, um público de 40 mil pessoas lotou o parque para acompanhar a extensa programação do dia, que teve até passeio a cavalo coordenado pelo Regimento de Polícia Montada “9 de julho”. No segundo, foram 20 mil pessoas, e no terceiro, cinco mil, devido à chuva que caiu na véspera dificultando a locomoção das pessoas.

Visitantes participam de atividades desenvolvidas pela PM

As atividades da extensa programação começaram às 9h30, com a apresentação da Banda Sinfônica da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Na seqüência, o público balançou ao ritmo da aula de body combat – exercício que usa técnicas, golpes e chutes de artes marciais para trabalhar o sistema cardiovascular – ministrada por instrutores da Escola de Educação Física da Polícia Militar.

Além de atuar no treinamento de todos os policiais e ensinar técnicas de defesa policial, a Escola presta atendimento às pessoas portadoras de necessidades especiais. Em seu estande, os visitantes passavam por checagen de peso, altura e percentual de gordura. A partir desses dados, recebiam informações sobre o peso adequado e eram orientados sobre cuidados com a alimentação e a necessidade de fazerem atividades físicas no mínimo três vezes por semana, durante trinta minutos.

Músicas instrutivas e educativas

Ainda pela manhã, o show da dupla Tô Kôa Tocha – apresentado pelos soldados Marcelo (“Meninão”) e Brilhante (“Brilhoso”), do Corpo de Bombeiros – animou a garotada. As músicas educativas e instrutivas, compostas pelos dois artistas, são elaboradas em linguagem simples e engraçada. Abordam noções de trânsito, falam do perigo de dirigir alcoolizado e do uso de drogas e alertam sobre principais cuidados em caso de acidentes. Como estamos em época de ar seco e festas juninas, eles lembraram que crianças não devem soltar balões e brincar com rojões e bombinhas.

“Achamos que a nossa música é um agente multiplicador, com conteúdo de fácil assimilação. As informações são passadas na linguagem que a criança entende”, diz o soldado “Meninão”. As canções entoadas no Parque do Tietê são do primeiro CD gravado com patrocínio da iniciativa privada. Como há poucas cópias disponíveis, não está havendo distribuição pública. O segundo CD já está quase finalizado: só falta encontrar patrocinador.

Embora vestidos com uniformes dos bombeiros, suas roupas traziam estampas de desenho infantil e o número do telefone dos Bombeiros, 193, colado em várias partes do traje. Os soldados repetiam a todo momento esses três dígitos e reforçavam a informação de que as crianças não devem passar trote para telefones de emergência.

Cuidados com fogo

À tarde, houve a apresentação de noções de combate a incêndio, em que foi explicado aos visitantes como verificar se estão ocorrendo vazamentos de gás de cozinha e a importância de se colocar corretamente a válvula de segurança do botijão. Os bombeiros, mantendo acesa uma chama, demonstraram outros cuidados e lembraram que o odor característico desse gás ajuda as pessoas a identificá-lo e a tomar providências cabíveis quando houver necessidade.

A demonstração do Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar fez as pessoas – crianças, jovem, adultos e idosos – saírem correndo para ver o espetáculo. Do helicóptero, dois policiais desceram usando cordas e simulando resgate para delírio do público. Só quando foi finalizada toda a operação, as pessoas desgrudaram os olhos e retornaram aos estandes.

Show de cães adestrados

Outro evento que atraiu a atenção do público foi a demonstração do Canil da PM. Os animais são usados para policiamento preventivo e localização de drogas e artefatos explosivos. Sob os gritos de “olé” e os aplausos entusiasmados da platéia, três machos de pastores alemães e uma fêmea e uma rotwailer brincalhona desfilaram ao lado de seus adestradors. Os cães demonstraram porque são considerados leais e o melhor amigo do homem, esbanjando agilidade e talento.

Ao comando dos policiais, os animais pularam, correram, deitaram, fingiram de morto e buscaram objetos. A alegria só diminuía quando a pouco experimente pastora alemã Amanda ficava com preguiça e fazia tudo vagarosamente, para desespero das crianças que queriam a ação e o vigor exibido pelo veterano Maestro.

As passagens dos cães por obstáculos e através de uma roda de fogo foram acompanhadas com atenção. Mas o ponto alto do espetáculo foi a simulação do que os animais fariam se o soldado fosse atacado ou se o suspeito esboçasse qualquer reação e não atendesse ao comando do policial. Ao final, eles demonstraram mansidão à toda prova quando agradeceram com a pata o carinho recebido.

Escalada e helicóptero

Durante todo o dia causou sensação no público infantil uma parede especial montada pelo Corpo de Bombeiros para escaladas e a visita ao helicóptero Águia da PM. Welington Marcelino da Silva de oito anos, acompanhado do avô, aguardava ansioso a sua vez de subir pelas cordas que eram puxadas pelos bombeiros. Ao descer, ele disse: “Foi muito legal. É melhor do que jogar futebol, e olha que eu adoro jogar bola”.

Já Bianca Marques Cécio e seu irmão Airton esperavam a sua vez de entrar no helicóptero Águia. Depois de passar alguns minutos no interior da aeronave, ela ainda meio pensativa falou: “Gostei de sentar no banco e ficar imaginando como deve ser gostoso voar de avião. Mas o que achei mais interessante foi o painel, com aquele montão de controles.’

Além da extensa programação, foram distribuídos panfletos sobre a segurança pública, apresentado vídeo com as diversas modalidades de policiamento e exibidos cartazes e faixas com informações à comunidade. No encerramento do evento, houve a apresentação do coral do Corpo Musicial e da Jazz Band da PM.

Armadilhas e protestos

O estande da Polícia Ambiental também despertou grande interesse. Entre curiosos e indignados, os visitantes contemplavam as diversas formas de captura dos animais. O comentário mais comum, ao observar o canhão (dispositivo que prende o animal e dispara uma bala) e a boca de lobo (engrenagem que mata o animal aos poucos, por provocar perda de sangue) era: “É muita crueldade!”

As pessoas olhavam os animais empalhados e tentavam identificá-los. Uma série de desenhos em que são trocados os papéis de caçador e caça (por por exemplo, uma onça caçando um homem), provocavam risos nas crianças. A idéia é fazer com que as pessoas reflitam sobre a questão ambiental de forma lúdica e criativa.

Escolta de elite

Além das imponentes motos Harley-Davidson, as calças, botas e luvas de couro usadas pelo Pelotão de Escolta chamavam a atenção de quem passava em frente ao estande. Conhecidos como batedores, a tropa de elite da PM é responsável pela segurança de autoridades e dos participantes de participar de eventos importantes, como a tradicional corrida de São Silvestre.
A quantidade de motos depende de quem o pelotão está conduzindo. Por exemplo, se for o governador, serão 11 batedores.

Outra tropa de elite é o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Esses policiais agem em situações em que há reféns, artefatos explosivos e suspeitos em local de difícil acesso. As pessoas paravam no estande atraídas pelos robôs de desativação de bombas, para ver as roupas especiais e os equipamentos sofisticados. Além de fazer muitas perguntas para entender como tudo funcionava, elas queriam ouvir relatos sobre operações de desarme de bombas e resgate de vítimas.

Entre outros estandes, estavam ainda os da Polícia Rodoviária, Centro de Seleção (portal de entrada da polícia militar), Academia de Polícia Militar do Barro Branco (formação de oficiais), Policiamento de Choque, Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e o Programa Educacional de resistência às drogas e à violência (Proerd) que atua na prevenção do uso de drogas por crianças e adolescentes.

Orientação médica

Além das apresentação e demonstrações, 15 estandes foram montados para visitação. O mais concorrido, com filas durante todo o dia, foi o Posto Médico. As pessoas mediam a pressão arterial, checavam o nível de glicemia (para saber se é diabético) e recebiam informações de cuidados de higiene bucal e prevenção de cáries.

Se fosse detectada alguma doença, o indivíduo recebia orientação sobre os procedimento a serem adotados e era encaminhado ao centro de saúde mais próximo de sua residência. Se estivesse necessitando de medicamentos, os médicos prescreviam remédios produzidos pelo Centro de Farmacêutica da PM.

Para casos de emergência, o visitante tinha a sua disposição uma ambulância com com todos os equipamentos para atender casos de paradas cardíaca e respiratória e fazer pequenas cirurgias. Ao entrar no veículo, que também poderia ser usado para repouso, Daiana de Lima, acompanhada de seus irmãos, disse que ficou impressionada: “Queria ver a cama e a UTI. Deve ser difícil ser médico e curar os ferimentos. Mas é o que quero ser para ajudar as pessoas”.

(LRK)