Desigualdade social: Pesquisa da Unesp mapeia pontos de pobreza em Presidente Prudente

Este estudo é um dos primeiros sobre cidades médias brasileiras

ter, 17/02/2004 - 10h00 | Do Portal do Governo

Do Portal da Unesp

Estudo realizado por nove docentes e cerca de 30 alunos de quatro diferentes departamentos da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da UNESP, campus de Presidente Prudente, sobre os indicadores sociais dos bairros da cidade, verificou um aumento da desigualdade social do município.

O estudo foi realizado pelo Sistema de Informação e Mapeamento da Exclusão Social para Políticas Públicas (Simespp), e resultou no Atlas de Inclusão e Exclusão Social de Presidente Prudente, lançado no I Fórum de Extensão Universitária da UNESP, em outubro passado.

Com 67 mapas – 66 com os indicadores e 1 mapa-síntese – o Atlas ilustra como estão distribuídos espacialmente os principais problemas sociais existentes na cidade, relacionados à demografia, saúde, educação, meio ambiente, segurança, economia, entre outros fatores.

O geógrafo Sérgio Magaldi, integrante do Simespp, enfatizou que esse estudo é um dos primeiros sobre cidades médias brasileiras. ‘Existem pesquisas sobre os indicadores sociais das grandes metrópoles, como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, mas não há estudos detalhados sobre cidades de médio porte’, afirma.

Entre os principais resultados, a pesquisa indica que, em Presidente Prudente, a violência é maior nos bairros em que a evasão escolar e o nível de desemprego prevalecem. Magaldi destaca outros fatores: ‘a maior incidência de gravidez precoce, por exemplo, coincide com áreas de baixa renda’, diz. Os problemas, no entanto, não se concentram apenas na periferia da cidade.

‘A precariedade dos imóveis também é um fator de diferenciação social e está evidente principalmente no centro. Imóveis depauperados, construídos em madeira, com alta densidade habitacional são resquícios de prédios antigos que hoje são praticamente cortiços’, afirma o docente.

A sistematização dessas informações foi possível pelo uso do Sistema de Indicadores Sociais Georreferenciados (SisGeo), programa que permite a análise dos indicadores por tema -demografia, educação e segurança – e por grupos sociais – famílias e domicílios, crianças e jovens, mulheres, homens, idosos e portadores de necessidades especiais. ‘Esse sistema futuramente permitirá que sejam gerados mapas de qualquer cidade, apenas alimentando o programa com os dados necessários’, explica Magaldi.

Parceria firmada entre a unidade e a Pró-Reitoria de Extensão (Proex) possibilitará o emprego do Simespp para elaborar mapas das outras vinte cidades em que há unidades da UNESP. ‘Estudaremos a realidade social desses municípios’, destaca o geógrafo.

Mais informações podem ser obtidas no site www.unesp.br
V.C.