O Brasil que o Brasil não conhece acaba de entrar no mapa. Pesquisadores da Unicamp lançam nesta quinta-feira, dia 23, em Porto Alegre, durante o Fórum Social, o Atlas da Exclusão Social no Brasil, resultado de uma pesquisa que mostra a enorme desigualdade entre sul e norte. Os números mostram, por exemplo, que mais de 25% da população brasileira vive em condições precárias.
O ranking apresentado pelo trabalho revela a exclusão social e a qualidade de vida de 5,5 mil municípios de todo o País. Mais da metade deles, segundo a pesquisa, tem um alto índice de exclusão. Em Envira, no interior do Amazonas, as crianças crescem sem escolas. As chances de repetirem a história dos pais, chefes de família sem escolaridade e sem emprego formal, são grandes. O índice de exclusão social do local é um dos dez piores do país.
Os pesquisadores da Unicamp fizeram um novo índice, mais abrangente que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), usado pela ONU para avaliar a qualidade de vida nas cidades. A exclusão social é caracterizada pela taxa de emprego baixa, desigualdade de renda, baixo número de escolaridade e até taxa de homicídio, que indica a violência do local.
As regiões Norte e Nordeste do país, segundo o estudo, concentram 86% dos municípios que vivem em condições de extrema exclusão social. Mesmo incluindo números novos, o que os números revelam são os mesmos velhos problemas de sempre: onde há os piores índices de escolaridade, por exemplo, há também os maiores números de exclusão social.
Para Ricardo Amorim, pesquisador da Unicamp e um dos autores do trabalho, não faltam recursos. ‘Os investimentos feitos na área social no Nordeste não têm bom foco, bom planejamento. O dinheiro se perde na burocracia’, diz.
Os pesquisadores da Unicamp que participaram do trabalho foram:
– Márcio Pochmann – IE
– Ana Fonseca – Nepp
– Tiago Ribeiro – Doutorando
– Ricardo Chagas Amorim – Doutorando
– Amiltom Moreto – Doutorando
– Ronnie Silva
– Stanislau de Freitas
– Alexandre Guerra
(Fonte: Portal Unicamp)
V.C.
