Desfile comemora aniversário da Revolução Constitucionalista

Na cerimônia, um cortejo levou as urnas de heróis da Revolução, que foram sepultados no Mausoléu

sáb, 09/07/2005 - 12h41 | Do Portal do Governo


Os 73 anos da Revolução Constitucionalista foram comemorados neste sábado, dia 9, no Parque do Ibirapuera, com um desfile cívico-militar. A Revolução de 32 foi um marco na história, não apenas de São Paulo, mas de todo País. Uma revolta dos paulistas que lutaram pelo estado de direito e deram a vida por seus ideais.

‘O dia de hoje é a reafirmação do compromisso de São Paulo com a democracia e com a legalidade. O nove de julho nunca pode ser esquecido, ele foi feito com o sangue dos paulistas’, destacou o governador Geraldo Alckmin. ‘São princípios e valores que nortearam a Revolução Constitucionalista de 32, embora derrotado sob o ponto de vista militar, teve em sua alma a vitória’, completou.

Na cerimônia, um cortejo levou as urnas de heróis da Revolução de 32, que foram sepultados no Mausoléu. O poeta Paulo Bomfim fez a oração ‘Ante a Última Trincheira’, composta por Guilherme de Almeida, em homenagem aos combatentes. Em seguida os Trovadores Urbanos cantaram a ‘Canção do Expedicionário’.

‘Esta é a data máxima desse civismo paulista’, disse Gino Struffaldi, 88 anos, presidente da Sociedade Veteranos de 32 e MMDC.

Participaram do desfile veteranos da Revolução Constitucionalista e da Força Expedicionária Brasileira, grupamentos do Exército, Marinha e Força Aérea, diversas unidades da Polícia Militar, como o Corpo de Bombeiros, e a Cavalaria. Também fizeram parte do desfile organizações civis como escolas, escoteiros, grupos de jipeiros e motociclistas. Durante a cerimônia foram distribuídas bandeiras de São Paulo a todos os presentes.

Revolução de 32

Em 1932 explodiu em São Paulo uma revolta por uma nova Constituição e pelo retorno da democracia no Brasil. Apesar de derrotado nas armas, a vitória do Estado foi alcançada com a convocação da Assembléia Nacional Constituinte, e a promulgação da Constituição Brasileira dois anos mais tarde.

O estopim da fase armada do levante foi uma manifestação ocorrida no dia 23 de maio de 1932, na Praça da República. O comício terminou em conflito armado, no qual foram mortos quatro estudantes: Mário Martins de Almeida, Euclydes Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo de Camargo Andrade. O movimento ganhou mártires e adotou a sigla MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo).

Em 9 de julho estourou a rebelião armada. Cerca de 50 mil paulistas aderiram ao movimento. Mas o desequilíbrio entre as forças governistas e constitucionalistas era imenso. Após três meses de batalha, no dia 2 de outubro, os paulistas assinaram a Convenção Militar de Cruzeiro, cessando as hostilidades.

Jaina Carvalho – Cristiano Matsuda