Desenvolvimento: Secretaria lança bases do Centro de Logística de Exportação

Objetivo é gerar trabalho e renda com o crescimento da micro, pequena e média empresa

ter, 20/04/2004 - 16h02 | Do Portal do Governo

A idéia de um Centro de Logística de Exportação (Celex) para incrementar as exportações paulistas foi lançada há um ano pelo Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, João Carlos de Souza Meirelles. O objetivo sempre foi claro: gerar trabalho e renda com o crescimento da micro, pequena e média empresa, responsável por mais de 70% dos empregos no Estado de São Paulo hoje. Com o mercado interno em retração, o setor só pode se expandir para fora, ou seja, tem que atingir o mercado externo – o que não é fácil para o empreendedor de menor porte.

Nesta segunda-feira, dia 19, o projeto ganhou novas dimensões com a assinatura do termo de permissão de uso da área norte da Secretaria da Agricultura e Abastecimento para a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo.

Ali será instalado o Celex, distribuído em uma área de 30 mil metros quadrados, onde serão realizadas palestras técnicas, rodadas de negócios e recepção a missões compradoras; o espaço também abrigará exposições permanentes. No local serão implantados estandes de órgãos como Banco do Brasil, Correios, Receita Federal, Câmaras do Comércio Bilateral, entre outros.

A solenidade de assinatura ocorreu após a 4ª Reunião do Cericex – Conselho Estadual de Relações Internacionais e Comércio Exterior, da qual Alckmin participou – o governador preside o conselho. O próprio Celex, que será conduzido por uma associação criada pelo empresário José Américo Ribeiro dos Santos, foi um dos temas da pauta.

O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan afirmou que seu Ministério e demais órgãos do Governo federal deverão se instalar no novo espaço; Furlan, conselheiro sempre presente às reuniões do órgão, pretende ajudar o setor diminuindo a burocracia da exportação. Para ele, com a criação do Celex São Paulo dá mais um bom exemplo de ação prática e um importante passo para o crescimento das pequenas empresas exportadoras. “As exportações do Estado de São Paulo estão crescendo este ano em 28% em relação ao ano passado, enquanto o Brasil cresceu em 25%; isto depende muito das empresas, dos produtos e do valor agregado”, ressaltou.

A pauta da reunião do Cericex também tratou de missões internacionais encabeçadas por executivos da FIESP e da BM&F, com a presença de autoridades federais e estaduais, na China, em maio; no Japão, em junho; e no Reino Unido, em novembro. O objetivo principal é abrir novos mercados, mas, como insiste João Carlos Meirelles, com agregação de valor, com produtos paulistas certificados. Se depender de Meirelles, não vamos mais exportar apenas soja, mas farejo e óleo de soja – e frango engordado com esses produtos, embutindo neles a participação do trabalhador de São Paulo.

Foram discutidas, ainda, as medidas emergencias e de longo prazo para um melhor desenvolvimento do Porto de Santos. Aliás, no domingo, Alckmin acompanhou, junto com os Secretários Meirelles e Dario Lopes, dos Transportes, o embarque de 1.625 veículos rumo à Argentina, no Porto de São Sebastião, complemento importante ao Porto de Santos e parte essencial do Complexo Portuário Paulista, como vê Meirelles. Na reunião de ontem, Dario Lopes defendeu a desobstrução dos gargalos no caminho do Porto de Santos, tanto o rodoviário – refere-se às perimetrais – quanto o ferroviário, traduzido na ferradura com duas bitolas simultâneas, que hoje exigem pagamento de pedágio para a passagem de uma ferrovia para outra.

Aumentar os volumes embarcados e desembarcados no Porto de Santos é quase uma obsessão para Meirelles. “Trata-se, simplesmente, de não mais embarcar o produto in natura que sai de qualquer região do Estado de São Paulo, mas sim de agregar o máximo de valor a esse produto, nas regiões onde ele é produzido, para, em seguida, levá-lo ao Porto de Santos, que deverá ter sua capacidade quase dobrada nos próximos anos”. O sentido disso é muito claro para o secretário responsável pela articulação e coordenação das políticas de desenvolvimento econômico do Governo do Estado: “Devolver às pequenas e médias cidades do interior a sua capacidade de gerar trabalho e renda, de tal forma que, com isso, consigamos um primeiro efeito altamente positivo, que é a interrupção do fluxo migratório de pessoas para as regiões metropolitanas”. Falar de exportação, segundo ele, significa viabilizar e harmonizar o desenvolvimento no Estado inteiro