Desenvolvimento: Poupatempo do exportador vai promover o comércio estadual

Centro de Logística de Exportação deve ser inaugurado até o fim do ano

qui, 22/07/2004 - 17h10 | Do Portal do Governo

Pequenos e médios empresários de São Paulo interessados em exportar podem tirar suas dúvidas e receber orientações na Central de Atendimento ao Exportador (CAE), que funciona desde agosto de 2003. A CAE é o primeiro passo de um trabalho mais amplo, no Estado, que receberá novo impulso com a inauguração do Centro de Logística de Exportação (Celex), até o fim deste ano.

A iniciativa decorre de parceria entre o governo estadual – por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo –, e a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). O chefe da Assessoria de Relações Internacionais e Comércio Exterior da secretaria, Flávio Musa, explica que “a medida busca a modernidade no comércio internacional”.

É uma associação sem fins lucrativos, que organiza, regulamenta e fiscaliza mercados de liquidação futura. No comércio internacional, ocupa importante papel porque é capacitada para certificar embarques e confirmar a qualidade das mercadorias exportadas.

“O exportador e o comprador sabem que aquilo que está sendo vendido é garantido pela BM&F”, diz Flávio Musa. A parceria pretende aplicar os mecanismos da Bolsa de Mercadorias à exportação paulista. Por enquanto, isso vale apenas para a venda de produtos agrícolas, mas deverá se estender a outros setores.

Palmito pupunha

Para o funcionamento da CAE, a BM&F montou a plataforma de operações e o call center, em sua sede. O atendimento é de segunda a sexta-feira, entre 8 e 20 horas. As dúvidas simples são respondidas pelos próprios atendentes. Assuntos mais complexos são direcionados para o núcleo de consultoria integrado por analistas de comércio exterior da secretaria e da Bolsa. As questões, que podem chegar por e-mail ou telefone, são respondidas em até 48 horas.

O assessor especial da secretaria, Milton Lamanauskas, afirma que “o objetivo não é recriar nenhum serviço, mas apoiar e direcionar o exportador, mostrando-lhe os passos que devem ser seguidos”. Para testar a eficiência do serviço, um conselheiro da BM&F, sem se identificar, fez certo dia a seguinte pergunta: qual o preço do palmito-pupunha nas prateleiras de supermercados na China? Os consultores conseguiram a informação.

No mês que vem, quando completar um ano, a Central de Atendimento ao Exportador deverá alcançar 2,5 mil ligações recebidas, das quais mil foram consultas efetivas encaminhadas aos analistas. Dessas, 22% referem-se às demandas técnicas sobre como exportar. Outros 21% das ligações dizem respeito às questões de promoção comercial.

Poupatempo

A CAE é a semente de um projeto mais ambicioso, o Celex, que vem sendo chamado de “Poupatempo do exportador”. Trata-se de um local com 30 mil metros quadrados, em que, além do call center, haverá postos de atendimento da Receita Federal, Banco do Brasil, despachantes e estandes para a apresentação de produtos. A idéia é reunir toda a infra-estrutura estadual de promoção do comércio internacional. Até o final do ano, o Celex estará funcionando em parte das instalações antes ocupadas pela Secretaria da Agricultura, na Avenida Miguel Stéfano, e estão sendo transferidas para a Secretaria da Ciência e Tecnologia. Para gerir a estrutura, foi criada uma entidade privada sem fins lucrativos, a Associação Celex.

A meta para 2005 é chegar a cinco consultas por dia na CAE e conseguir que duas novas empresas iniciem a atividade de exportação. Levando-se em conta que há 250 dias úteis no ano, isso significa que 500 empresas de São Paulo passariam a ser exportadoras, um crescimento de 6% ante às 8.026 cadastradas na Receita Federal. Musa avalia que essa meta é até conservadora, dada a situação do País: “O que faz a economia funcionar é o consumo interno, mas está baixo. O único jeito de reativá-lo é a exportação. Os pequenos e médios empresários precisam saber que podem exportar, e como”.

Para divulgar os serviços da CAE, o governo e a BM&F promoveram, no dia 14, reunião de trabalho com representantes de aproximadamente 30 câmaras internacionais de comércio e indústria. “Recebemos consultas a respeito de características e condições dos mercados de outros países e a primeira fonte para responder a essas dúvidas são as câmaras”, completou.

Conselho define política de exportação

As políticas de promoção do comércio internacional em São Paulo são definidas pelo Conselho Estadual de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Cericex). O organismo, presidido pelo governador, é formado por representantes de vários ministros. O secretário-executivo é João Carlos de Souza Meirelles, secretário de Ciência e Tecnologia. Participam diversas entidades como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) e a Associação Comercial de São Paulo.

O conselho reúne-se a cada três ou quatro meses. Em abril, o Cericex definiu a transferência de metade do prédio utilizado pela Secretaria da Agricultura, na Av. Miguel Stéfano, para a Secretaria de Ciência e Tecnologia, com o objetivo de instalar o Celex.

Contatos com a CAE podem ser feitos pelo tel. 3272-7374 ou pelo site www.exporta.sp.gov.br

Da Agência Imprensa Oficial/Cláudio Soares