Delegacia de Polícia da Lapa não abriga mais presos

Os últimos 28 detentos foram transferidos nesta quinta-feira, dia 26 e a carceragem foi desativada

qui, 26/09/2002 - 15h08 | Do Portal do Governo

A população do bairro da Lapa, na Zona Oeste da Capital, assistiu nesta quinta-feira, dia 26, à desativação da carceragem do 7º Distrito Policial. A partir de hoje, nenhum preso poderá ser transferido para o local.

Este era um antigo sonho dos moradores do bairro e em especial da vizinhança do DP. É o caso do senhor Sérgio Campos, que mora há 30 anos na Rua Camilo. Sua casa faz divisa com a delegacia e a presença dos presos era considerada um transtorno. “Eles estavam sempre tentando fugir, cavando túneis que podiam chegar às residências”, disse.

Rui Barbosa é outro morador que se mostrava satisfeito com a retirada dos últimos 28 presos do 7º DP. Para ele, o bairro estará mais seguro. “Agora não haverá mais tentativas de fugas e nem barulhos. Também não teremos mais receio de sair e voltar para casa”, observou. Barbosa citou ainda os dias de visita dos presos, que sempre eram acompanhados de intensas movimentações de pessoas e viaturas na porta da sua casa.

Os presos que estavam no 7º DP foram transferidos para o DACAR III –Cadeião de Pinheiros. Até o mês de setembro, a delegacia abrigava 180 detentos em cinco celas. Em breve, o distrito passará por reformas e adotará o modelo de atendimento das delegacias participativas, com entradas separadas para o público e infratores, atendimento por senhas eletrônicas, sala de espera confortável e ampla informatização. A área da carceragem será transformada em uma sala para palestras e reuniões dos conselhos de segurança da comunidade (Consegs).

Com a desativação de hoje a cidade de São Paulo passa a ter 30 Distritos Policiais sem carceragem. A próxima desativação será no 19º DP, localizado no bairro da Vila Maria.

Até o fim deste ano, o Estado terá inaugurado cinco Centros de Detenção Provisória (CDPs) para abrigar os presos que aguardam julgamento. No ano que vem estão programados mais cinco CDPs e três penitenciárias no Interior.

Rogério Vaquero