Um grupo de 28 alunos-funcionários da CPTM, do Curso Técnico de Transporte Sobre Trilhos esteve, nesta quarta-feira, dia 29, no Terminal Barra Funda acompanhando a aula prática de operação em estações. As aulas são normalmente ministradas no Centro Educacional Engº James Stuart, da CPTM, em parceria com o Senai, que fica na Lapa. Desta vez, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a rotina de uma estação de grande porte.
Acompanhados do professor de Sistema de Transportes, Luciano da Luz, que também é analista de Planejamento de Transportes da CPTM, os estudantes puderam acompanhar os procedimentos operacionais da estação e ter uma idéia das situações inusitadas a que ficam sujeitos os funcionários. “É uma oportunidade para ver as coisas acontecendo e participar. Também é uma das possibilidades de sair um pouco da ferrovia e conhecer os outros modais, como o Metrô e um terminal de ônibus”, explica Luciano.
“Eu amo de paixão isso tudo. A troca da gente com a experiência desse pessoal da linha de frente da operação vale muito para mim. Estou aprendendo muito”, revela o professor Luciano. O desempenho dos alunos, de acordo com Luciano, é “surpreendente”. “O interesse deles faz com que o curso renda. O esforço torna o curso motivador”, diz ele.
O encarregado de estação da Linha C, Paulo Eduardo Moretti, conta que “é uma honra estar neste curso”. O tataravô de Moretti, Jucim Josphin Righi, veio da Itália para construir a São Paulo Railway Company (SPR). “Minha família está na ferrovia desde o início. É uma coisa de pai para filho”, revela. Além de adquirir conhecimento e melhor se qualificar para atender o usuário, Moretti espera ter a chance de ocupar um cargo técnico na empresa.
Segundo a aluna Eurimar Correia dos Santos, que também é apontadora na CPTM, o curso é “excelente”. A primeira matéria específica é Sistema de Transportes e mostra como é a administração e operação do sistema. A expectativa, para Eurimar, é, no mínimo, “adquirir mais conhecimento na área operacional da empresa”. A aluna reclama, no entanto, que este é o único curso que não tem habilitação, ou seja, não é reconhecido pelos órgãos competentes.
Os alunos também buscam o curso para melhorar a auto-estima. É o caso do maquinista das linhas B/C, Luiz Fernando, 36 anos. Ele conta que muitas pessoas que estão fazendo o curso estavam “paradas”. “Só o aprendizado vale a pena. A satisfação pessoal de aprender é muito grande, mesmo que a empresa não nos aproveite”, conta e acrescenta que o curso traz uma “outra visão da ferrovia”.
A “vivência no ambiente da estação” faz parte do módulo do Sistema de Transportes, voltado para Gestão e Planejamento. A primeira turma passou pela aula prática, na segunda-feira, dia 27, e, para esta sexta-feira, dia 31, foi programada a terceira turma.
