Curso: Auditoria de Qualidade em Agricultura é tema de curso no IAC

A participação é gratuita

qui, 17/04/2003 - 20h26 | Do Portal do Governo

Atingir bons resultados é o objetivo de todo profissional. No campo, isso não é diferente. Os agricultores não só querem, como precisam ter bom desempenho, até porque o investimento na lavoura não é pequeno.

Para ajudá-los a fazer investigação com base na expectativa que se tem com a atividade agrícola, o Instituto Agronômico (IAC) desenvolveu um método de Auditoria de Qualidade em Agricultura.

Para disponibilizar esse método, o Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegocio de Engenharia e Automação do IAC irá realizar um curso no próximo dia 30 de abril, das 8h às 16h30, em Jundiaí. A participação é gratuita. O evento é direcionado a empresários rurais, administradores, engenheiros e outros profissionais ligados à área de ciências agrárias.

Termo e sistema até bem pouco tempo usado somente em empresas e indústrias, a auditoria chega ao campo como grande ferramenta de melhoria do sistema de produção. Órgão da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, o IAC está estudando essa técnica desde 1993 e o pesquisador Afonso Peche Filho desenvolveu sua aplicação em sistemas de produção agrícola.

Segundo Peche, ao realizar auditoria o objetivo é entender a performance da lavoura sob três focos: ambiental, operacional e econômico. Com relação ao meio, a auditoria destina-se à identificação de possíveis impactos ambientais causados pela atividade agrícola no local, como erosão, perda de água, contaminação de mananciais e do homem.

No aspecto operacional, a técnica se direciona a avaliar a qualidade das operações agrícolas frente à premissa de que em agricultura se trabalha com expectativa de obter 100% de retorno do que foi investido. ‘Um metro quadrado errado custa o mesmo do metro quadrado certo, pois já foi pago’, diz o pesquisador ao explicar sobre a necessidade de evitar erros. Sobre o foco econômico, a auditoria tem por fim identificar possíveis ocorrências de perdas e desperdícios.

A relevância da auditoria é destacada quando é utilizada para promover a preservação do capital natural, solo, água, ar e seres vivos, pois quando esses recursos são prejudicados serão necessários muito investimento e trabalho para recuperá-los. A lavoura pode estar indo bem, mas será que os meios de produção estão corretos? A resposta a esta questão pode ser encontrada via auditoria, uma ferramenta para construir sistemas mais eficientes.

O pesquisador esclarece que a auditoria inicia por um levantamento e seleção de indicadores que representam a expectativa do agricultor ou do técnico responsável quanto ao desempenho que ele espera ter alcançado na atividade em foco, selecionando os indicadores mais interessantes e desenvolvendo roteiros e procedimentos para auditar, os trabalhos são realizados com base em amostragem estatística e processados de forma possibilitar uma analise das variações ocorrentes e também uma avaliação de ‘ como está ‘ e como ‘deveria ser’. Esses indicadores podem ser diretrizes agronômicas. ‘O Boletim 200 (publicação do IAC com instruções agrícolas para as principais culturas econômicas), se bem utilizado, é uma grande referência para auditoria porque tem as recomendações para a cultura’, orienta Peche.

Ainda recente no Brasil, a auditoria no campo é pouco utilizada, apesar de nada custar ao produtor. O pesquisador afirma que o próprio agricultor pode desempenhar o papel de auditor na sua propriedade. ‘Não é privilégio de ricos e grandes, a auditoria não tem foco só para sistemas mais sofisticados de produção, desde a pequena propriedade de subsistência até lavouras tecnificadas podem usá-la. O produtor só precisa querer aprender a auditar as áreas de produção.’

De acordo com Peche, até analfabeto é capaz de usar roteiro básico para auditar, pois há técnicas de auditoria bem simples. Para melhor compreensão dessa possibilidade, o pesquisador explica a diferença entre acontecimentos e fatos no campo.

O fato é que o produtor de milho, por exemplo, paga antecipadamente pelo metro quadrado de milho a ser plantado, pois todo investimento foi realizado antecipadamente na ocasião do preparo para a safra. O acontecimento é encontrar metros quadrados sem plantas de milho, ou seja, a semeadora passou por ali porém, por algum motivo não realizou o seu trabalho. Ou seja, fato é o esperado, metros quadros com o número de plantas recomendado; acontecimento é o inesperado, metros quadrados com falhas. A auditoria pode ser realizada com diferentes intensidades, mais ou menos detalhadas, com maior ou menor acurácia. Peche afirma ser a auditoria um procedimento simples, porém de grande importância para o sucesso do empreendimento agrícola.

Serviço:
Data: dia 30 de abril.
Horário: 8h às 16h30.
Local: Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Engenharia e Automação, do IAC. Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, Km 65 – Jundiaí – SP