Cursinho vestibular voltado para a Zona Leste visa facilitar o acesso na USP

Alckmin lançou nesta terça-feira o Programa Pró-Universidade

ter, 04/05/2004 - 15h29 | Do Portal do Governo


Para que os alunos da rede estadual da Zona Leste aumentem suas chances de ingressarem em uma universidade pública, o governador Geraldo Alckmin assinou nesta terça-feira, dia 4, a criação do Programa Pró-Universitário, uma parceria que envolve a Secretaria Estadual da Educação e a Universidade de São Paulo (USP). A iniciativa tem como proposta permitir que esses alunos tenham condições de disputar uma vaga com a instalação do campus da USP na região, que conta com quatro milhões de habitantes.

O Pró-Universitário vai atender cinco mil alunos da Zona Leste que estejam cursando o terceiro ano do Ensino Médio. O curso, que será dado por alunos da USP em escolas estaduais cujas salas estejam ociosas, terá um total de cem turmas com 50 alunos cada. A carga horária será de 380 horas e as aulas irão de 15 de julho até o mês de novembro. O Governo vai investir R$ 3 milhões no pagamento dos professores. O critério de seleção, explicou o governador, será para os alunos vindos de famílias com menor renda e para aquele que tiver o melhor desempenho (tanto de freqüência quanto de aproveitamento nas aulas).

Ele comentou que esta iniciativa, somada à instalação do campi da USP na região, cujas obras já começaram e a primeira fase ficará concluída entre janeiro e fevereiro de 2005, são medidas que visam quebrar o paradigma de que na USP só estuda quem tem dinheiro. Em virtude disto, observou o governador, as pessoas de menor renda têm dificuldade em passar na Fuvest e são obrigadas a pagar uma faculdade particular.

‘O cursinho dá um estímulo e motiva o aluno. Vai dar um reforço para que os alunos da Zona Leste possam entrar na USP. No ano passado, 40% dos inscritos na USP eram oriundos de escola pública e 25% ingressaram porque foram ampliadas as vagas, coma criação dos cursos noturnos’, explicou.

O reitor da USP, Adolpho Melfi, comentou que esta é mais uma ação afirmativa que a universidade vem adotando em prol dos alunos de baixa renda e que o programa Pró-Universitário cria condições iguais para que os alunos da rede pública possam disputar o vestibular da Fuvest com os alunos de escola particular.

“Na USP não existe discriminação racial. Existe discriminação quanto ao nível sócio-econômico porque os pobres que vêm de escola pública têm menos chance na disputa de vaga por terem recebido um ensino com menores informações”, declarou. Ele informou ainda que atualmente 25% dos alunos da USP são provenientes de escolas públicas. “Há alguns anos eram 15%”.

Alckmin comentou que enquanto se discute a adoção de cotas para negros nas universidades, o Governo de São Paulo dá passos práticos com a instalação do campi da USP na Zona Leste e com a criação de cursinhos para alunos do Ensino Médio da Rede Estadual

Tornar-se um profissional em analista de sistema é o sonho do estudante Valter Rocha, 16 anos. Para isso, ele vai se inscrever no Pró-Universitário para poder estudar em uma universidade gratuita. ‘O sonho de todo mundo é poder entrar na USP, pois além de ser de graça enriquece o currículo da gente no mercado de trabalho’, afirmou.

Valéria Cintra

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