A proposta do site www.leialivro.com.br é estimular prazeres além da leitura, como opinar, fazer novas amizades e trocar idéias. Esse espaço virtual faz parte do Programa Leia Livro, lançado este ano pela Secretaria da Cultura. Diariamente é selecionada a resenha de um internauta para ser lida no boletim Leia Livro da Rádio Cultura FM (103,3 MHz), às 10 e às 16 horas e AM (1.200 kHz), às 9h45 e às 15h45.
O escolhido, além de ter suas idéias difundidas pelo programa, ganha um livro à sua escolha, cortesia das editoras Record, Companhia das Letras, A Girafa, Conrad, Devir e Ática.
Para participar, o interessado pode enviar, pela Internet, quantas resenhas desejar. Cada texto deve ter entre 150 e 500 palavras, obedecendo aos seguintes critérios de seleção: clareza, criatividade e atualidade. ‘Queremos estabelecer um espaço interativo, criar uma comunidade de leitores e funcionar como uma alternativa à grande mídia’, explica o coordenador Juliano Spyer.
Ele espera que o site se torne um lugar público para apaixonados por livros de todos os gêneros. ‘Não precisa ser jornalista ou crítico para opinar, basta escrever o que se gostaria de falar para um amigo, ao recomendar um livro’, observou.
A assessora de consultoria tributária e financeira, Sandra Regina Mathias, 47 anos, foi uma das vencedoras com a resenha do livro Hiroshima, de John Hersey. Sandra tomou conhecimento do site por meio de colegas da faculdade de jornalismo, onde cursa o quinto semestre. Recebeu um exemplar de Passagem para a América, de Marilia Freidenson e Gaby Becker, com relatos da imigração judaica em São Paulo, e teve sua resenha lida no rádio. ‘Ser premiada significa ver o meu trabalho reconhecido’, disse Sandra, que tem dois livros de poesia publicados.
Resenha premiada
Não-ficção: Hiroshima – John Hersey – Sandra Mathias
Considerada pelos críticos como a mais importante reportagem do século 20, Hiroshima nasceu de uma matéria escrita por Hersey, um ano depois da explosão da bomba atômica. Nela, ele reconstituía a tragédia, a partir do relato de seis sobreviventes. A publicação foi um sucesso e ocupou a edição inteira da revista The New Yorker.
Quatro décadas depois, o autor voltou à cidade, reencontrou seus entrevistados e completou o trabalho. Nascia, aí, um best-seller, que permitiria ao mundo tomar consciência dos horrores da guerra e do poder de destruição das armas nucleares. John Hersey consegue abordar, de forma sóbria e comovente, o sofrimento e a irreversibilidade dos danos causados aos sobreviventes, conhecidos como ibakushas – pessoas atingidas pelo efeito da bomba.
Quem leu Hiroshima jamais esquecerá o dia em que o homem resolveu ultrapassar os limites da razão e da humanidade: ‘Minutos após a explosão, uma torre de poeira, calor e fragmentos de fissão se ergueu no céu de Hiroshima, deixando cair gotas imensas – do tamanho de bolas de gude – da pavorosa mistura’. Hiroshima, John Hersey, Cia. das Letras – Coleção Jornalismo Literário – 172 páginas – tradução: Hildegard Feist
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
