As ações mais recentes destinadas à inclusão social e cultural de portadores de deficiência foram apresentadas na semana passada em evento do projeto Talentos Especiais, da Secretaria de Estado da Cultura, realizado na Pinacoteca do Estado. A atriz Luana Piovani, intitulada madrinha do projeto, esteve presente, assim como o diretor do Talentos Especiais, Guilherme Bara, a secretária da Cultura, Cláudia Costin, e membros de entidades para portadores de necessidades especiais. “Só apoio iniciativas com as quais me identifico”, ressaltou a atriz, que conheceu o projeto recentemente e se apaixonou.
O incentivo à leitura é o objetivo de duas das ações apresentadas. Uma delas garante o acesso de deficientes visuais ao site www.leialivro.sp.gov.br, do Programa São Paulo-Um Estado de Leitores, com a utilização de um protetor de tela especialmente desenvolvido com essa finalidade. A outra abrange doação da Editora Memnon e do Centro de Convivência Movimento de 1,5 mil livros escritos por autistas, por meio do Método Integral (utilizado por pessoas com deficiência mental e não-alfabetizadas). As publicações são indicadas para surdos, pois utilizam a linguagem de sinais. Um dos autores participou do evento e deu autógrafos.
Na ocasião também foram divulgadas a abertura do curso de linguagem de sinais para funcionários e arte-educadores da secretaria, com objetivo de garantir a participação de pessoas surdas em oficinas, cursos e nos diversos espaços culturais do Estado, e a monitoria recentemente criada na Pinacoteca para receber pessoas com deficiência. A programação teve, ainda, a performance teatral de um grupo de alunos das oficinas.
Projeto beneficia quase dois milhões de pessoas
O projeto Talentos Especiais foi instituído em 2001 para promover a inclusão cultural e social de portadores de deficiência, por meio de atividades de teatro, dança, música e artes plásticas. Com 62 oficinas, beneficia 1,8 mil pessoas e tem parceria com 28 entidades, como a Fundação Dorina Nowill, a Associação Lara Mara para Portadores de Deficiência Visual e a Associação Leal de Judá.
Segundo Guilherme Bara, o grande diferencial do projeto é que suas oficinas são de fato inclusivas, por atenderem pessoas deficientes ou não. “Não faz sentido estabelecer programas exclusivos para portadores de deficiência, uma vez que no dia-a-dia eles têm de conviver com a sociedade. A deficiência não é e não deve ser tratada como uma espécie de anormalidade”, afirma.
Simone de Marco
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)