Dentro do ano de celebrações do 450º aniversário da fundação de São Paulo, o Museu da Imagem e do Som da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo inaugura no dia 20 de abril,terça-feira, às 20 horas, a exposição Panoramas SP, com curadoria de Miguel Paladino, que mostra aspectos do desenvolvimento da cidade a partir da paisagem urbana, estabelecendo paralelos entre imagens históricas e contemporâneas, e entre músicas e textos.
Com o patrocínio da Qualix e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e o apoio da Sociedade de Amigos do MIS (SAMIS), a exposição revela contrastes e curiosidades que definem a vida na grande metrópole, apresentando depoimentos e textos literários mesclados às obras que serão divididas nos seguintes módulos: Iconografia de Boteco, Recortes da Paisagem, Panoramas, Fotógrafos Contemporâneos, Panoramas da Periferia.
Com obras do acervo do MIS, nunca antes expostas, Iconografia de Boteco (Térreo) é uma série com cerca de 20 fotografias do artista Alex Vallauri, que tem como tema pinturas e azulejos feitos em bares paulistanos. Essa documentação do kitsch urbano na decoração de bares e restaurantes foi iniciada por Vallauri em 1974. Vallauri tornou-se conhecido por causa dos seus grafites nos anos 1980. É dele a lendária imagem da ‘Rainha do Frango Assado’ e também o inesquecível universo lúdico, com as botas, o frango, o pião, os malabaristas, os planetinhas, entre outros.
Recortes da Paisagem é uma série de 6 trabalhos realizados pelo artista plástico Carlos Matuck sobre vistas da cidade a partir de máscaras recortadas e inspiradas em fotos antigas da cidade de São Paulo.
Panoramas apresenta uma contraposição entre duas panorâmicas. A primeira é uma tela panorâmica realizada por Valério Vieira, finalizada em 1922, considerada uma das peças de maior valor do acervo do MIS. Com ampliação de época, tem 14m de comprimento revela um documento e uma obra audaciosa únicos da fotografia brasileira. Com uma vista de quase 360º, constitui o eixo deste segmento e sua montagem foi especialmente projetada para o espaço. Uma panorâmica atual, realizada por Olavo Simões, do mesmo local, mas em menores proporções, oferece uma comparação única, permitindo ilimitadas leituras.
Panoramas Temáticos é composto por 10 telas panorâmicas que fazem um contraponto entre imagens históricas, fotos contemporâneas e textos (poesias e crônicas), divididos em: Anhangabaú, Catedral da Sé, Skylines, Lavadeira, Avenidas, Praças, Martinelli, SP Dia e Noite, Rio Tietê e Metrô Sumaré, estas seleções de imagens e textos descrevem paisagens e situações nas quais é possível entrever a identidade paulistana.
As imagens históricas são de renomados fotógrafos como: Guilherme Gaensly, Hans G. Flieg, Henri Ballot, Hildegard Rosenthal e Militão de Azevedo, que registraram o desenvolvimento da paisagem urbana de São Paulo. As fotos históricas deste segmento pertencem ao acervo do MIS e aos acervos da Fundação do Patrimônio da Energia de São Paulo e do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura do município. As fotos contemporâneas foram selecionadas do acervo do MIS, da ARFOC (Associação dos Repórteres Fotográficos) e de autores que captam aspectos curiosos ou dramáticos da vida na grande metrópole como: Ding Musa, Jaques Faing, João Musa, Juvenal Pereira, entre outros. Poemas e textos de Alcântara Machado, Blaise Cendrars, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, entre outros, compõem as imagens dos panoramas.
Fotógrafos contemporâneos convidados expõem imagens que expressam sua visão pessoal da urbanidade paulistana, formando um conjunto de visões da paisagem urbana em diversidade autoral: Antônio Saggese, Cássio Vasconcellos, Cristiano Mascaro, Gal Oppido e Rubens Mano.
Panorama da periferia
Ensaios feitos com “câmera buraco de agulha”, realizados por jovens de bairros periféricos da cidade a partir de oficinas do projeto ImageMágica, coordenado por André François.
Panorama do Som
Arquivos sonoros do Museu da Imagem e do Som pertencentes ao acervo de Memória Oral e programas radiofônicos da Cultura FM (Cenas da Metrópole, Alcântara Machado e Vila Kyrial, entre outros) estarão à disposição do público em pontos de audição individual. A ambientação sonora da exposição foi realizada a partir de seleção musical de Carlos Rennó.
