Cultura: Museu da Casa Brasileira ganha o prêmio Index 2005 na Dinamarca

Premiação reconhece os museus que melhor refletem o conceito de design e de cultura material

qui, 03/11/2005 - 12h19 | Do Portal do Governo

No ano em que completa 35 anos de atividades, o Museu da Casa Brasileira tem muito o que comemorar. Acaba de ganhar o prêmio Index 2005, realizado a cada quatro anos em Copenhague, Dinamarca. Com isso, entrou para a lista dos cinco museus do mundo que melhor refletem o conceito de design e de cultura material.

Indicado por um júri internacional composto de 180 entidades e profissionais do design de todo o mundo, o MCB foi especialmente escolhido pelo jurado Alex Blanch, designer e professor catalão atualmente radicado no Chile. A instituição entrou para o ranking de 100 top nominated (semifinalistas) e foi um dos cinco vencedores, destacando-se na categoria com foco no “Design para Melhorar a Vida”.

A jornalista Adélia Borges, diretora do Museu desde maio de 2003, destaca a abrangência e a importância do prêmio. “O MCB foi o único no Brasil a participar do Index 2005. A partir de agora, atesta seu papel de referência no conceito de design e cultura de material, dentro e fora do país”, afirma.

As exposições dos 100 módulos selecionados pelo júri são realizadas, no momento, em cinco locais centrais de Copenhague, e mostram exemplos de como o design pode melhorar a vida das pessoas.

Na justificativa do jurado Alex Branch, explica Adélia Borges, dois fatores foram reconhecidos: o MCB como espaço que mostra a diversidade cultural do design – tanto o erudito quanto o popular – brasileiro, e o seu Setor Educativo, voltado às escolas públicas da periferia de São Paulo, integrantes de organizações não governamentais, instituições públicas e público de terceira idade.

A programação tem atividades que discutem o que é cultura material. Esse programa gratuito é realizado desde o início de 2005 e o Museu oferece pelo menos dois ônibus por dia para buscar o público. “Minha ação visa fazer com que o museu represente alguma coisa para a cidade”, acentua a diretora que, ao assumir, abriu os portões que viviam semifechados, e destacou, logo à entrada da mansão, a frase: “Pode entrar que a casa é sua”.

Criado em 1970, o MCB vive uma fase de intensa revitalização. Os números da visitação pública são significativos. Entre janeiro e outubro deste ano, mais de 73 mil pessoas passaram pelo MCB, contra os 74 mil visitantes de todo o ano de 2004. O aumento da visitação é devido ao programa consistente e à atuação do Conselho Diretor, hoje um dos fortes pilares do Museu.

Entre tantas atrações da programação, está a exposição do 19º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, que apresenta, até o dia 20 de novembro, 65 produtos inéditos em oito categorias. Neste mês, oferece ainda, oficinas, palestras, cursos e apresenta o projeto Música no Museu. Todas as atividades podem ser conferidas no site www.mcb.sp.gov.br.

O MCB está localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, parte mais nobre do Jardim Paulistano, zona sul da capital. “É uma casa chique, refinada”, destaca Adélia Borges. A construção da década de 40 era residência do casal Fábio da Silva Prado, então prefeito de São Paulo, e Renata Crespi, ambos dedicados à produção cultural. Em 1968, com a morte de Fábio Prado, sua esposa Renata resolveu doar à Fundação Padre Anchieta, a mansão que hoje abriga o Museu e parte do legado da família.

Algumas das centenas de peças – pratarias, mobiliário, tapeçaria, ourivesaria, quadros, esculturas – da coleção Crespi Prado estão permanentemente expostas no MCB. Entre outras raridades, pode-se admirar o busto de Renata Crespi esculpido em mármore por Victor Brecheret e o móvel surpresa de circo, que se transforma em várias utilidades de uma casa, datado de 1917 e doado por Pietro Maria Bardi.

Assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura

J.C.