Até o dia 20 de outubro, quem passar pela Estação Brás do Metrô poderá apreciar a exposição Circo Brasil e seu Povo Malabarista, com trabalhos realizados nas oficinas da ONG Casa do Zezinho. A mostra, patrocinada pela Xerox do Brasil, revela a habilidade dos pedintes malabaristas nos cruzamentos de São Paulo. Apresenta uma enorme cidade, construída com biombos, prédios e janelas; bonecos confeccionados com gesso e papel machê, simbolizando o povo e suas diferentes raças, identidades e profissões.
Um farol e faixas de pedestres mostram onde e como a população tenta arrumar dinheiro. Peças de carros, de mosaico e outros elementos compõem o cenário da realidade dos malabaristas que, pela necessidade, vão às ruas exibir a sua arte. A Casa do Zezinho foi fundada em 1994 por Dagmar Garroux, a Tia Dag, educadora que há mais de 20 anos se dedica ao atendimento de crianças e adolescentes de baixa renda. A entidade, localizada numa das regiões mais violentas de São Paulo (próxima aos bairros Jardim Ângela, Jardim São Luiz e Parque Santo Antônio, na zona sul), mantém 1,1 mil jovens entre 6 e 21 anos, matriculados na rede pública de ensino.
Oferece, gratuitamente, complementação pedagógica, atividades artísticas, esportivas, capacitação profissional, educação moral e ética, orientação em saúde, atendimento odontológico, convênio médico-hospitalar e oftalmológico e reeducação alimentar. “Os artistas, pedintes assíduos dos faróis, espalham-se pelos cruzamentos de trânsito da metrópole, cuspindo fogo, fazendo evoluções e girando flower’s sticks (bastões de madeira), num verdadeiro espetáculo de circo aberto”, explica Saulo Garroux, coordenador de Arte e Cultura da Casa do Zezinho. “É como entender o fenômeno do pedinte urbano dentro das expressões da arte, ideologia, filosofia, política e cultura”, conclui.
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)